“Mais que punição, o criminoso precisa de ressocialização”, defende Major Denice

A candidatura à Prefeitura de Salvador pelo PT, Major Denice, foi a entrevistada, desta sexta-feira (23), da CNN Brasil e falou sobre temas ligados à segurança pública, à pandemia, como Carnaval e volta às aulas, além da relação com o governador Rui Costa e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Para a petista, a ideia de governo é proporcionar a transição do patriarcado e racismo para a igualdade e a justiça. “Vamos enfrentar a violência no combate e na prevenção. Proponho a integração das polícias Militar e Civil com a Guarda Municipal, por meio da implementação do projeto Ronda Cidadã. Vamos criar também a Casa Maria da Penha, para congregar num mesmo espaço todas as instituições para acolhimento da mulher vítima de violência”, disse.

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A escolha do governador Rui Costa para concorrer às eleições municipais da capital baiana, que ocupava o posto de major da Polícia Militar, recebeu críticas dos próprios apoiadores do partido quanto à proximidade com os órgãos de segurança pública, que sofrem duras críticas no estado.

Para Major Denice, o fato de ter trabalhado na segurança pública ajudou na formação dela como cidadã. “O PT sabe que precisa defender os trabalhadores e eu sou uma trabalhadora da segurança pública. Não existe lugar exclusivo para determinada profissão. Enxergar o criminoso como um ser humano, que precisa não só de punição, mas, principalmente, de ressocialização, talvez, seja um dos diferenciais de se ter uma candidata trabalhadora da segurança pública”, defendeu.

Pandemia
Quando questionada sobre os impactos da pandemia na economia da cidade, principalmente com a possibilidade de adiamento e até cancelamento do Carnaval, Denice afirmou que essas questões ainda não estão definidas, “porque ainda não se tem condições sanitárias” para bater nenhum martelo.

Para a volta às aulas na capital baiana, a candidata acredita que esta deva ser uma decisão tomada em consenso entre os trabalhadores do setor e as famílias dos alunos. “A gente precisa pensar nas condições sanitárias de viabilidade”, disse.

Tema muito debatido na última semana, a questão da vacinação ser obrigatória é ponto defendido nas propostas da petista. “Acredito na vacinação obrigatória por uma questão social, não somente individual. A gente vê o retorno de algumas doenças que acreditávamos já terem desaparecido. Se não for obrigatório [tomar a vacina], corre o risco de nunca erradicarmos esse vírus”, declarou.

Quanto ao auxílio ‘Salvador Por Todos’, Denice afirmou que a intenção é manter o pagamento do benefício às famílias prejudicadas pela crise decorrente da pandemia da Covid-19.

Independência de gestão
A candidata ainda falou sobre fazer uma gestão independente do governo do estado. “Eu serei a prefeita de Salvador e Rui Costa vai continuar como o governador da Bahia. Meu cargo tem autonomia de gestão prevista na Constituição Federal”, explicou.

Quanto a dialogar com o presidente Jair Bolsonaro, Major Denice disse que vai “defender Salvador de tudo e de todos, mas essa defesa se constrói a partir do diálogo, na exigência de direitos e correspondência de deveres”.