Eleições

Comportamento civilizado entre candidatos e ausência de grandes escândalos marcam disputa pela prefeitura de Salvador

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“Isso não quer dizer que não há corrupção, apenas não há uma espetacularização dela”, frisou o analista político Carlos Zacarias  |   Bnews - Divulgação Montagem/ Reprodução/ Instagram

Publicado em 27/10/2020, às 21h06   Márcia Guimarães



O comportamento civilizado entre os candidatos à prefeitura de Salvador e a ausência de grandes escândalos são pontos vistos como positivos na eleição de 2020. O analista político Carlos Zacarias, que também é professor e historiador, comparou esse cenário com a disputa eleitoral em 2018, que foi “recheada de ódio” nas ruas e nas redes sociais.

Em entrevista ao apresentador José Eduardo nesta terça-feira (27), na Rádio Metrópole, Zacarias destacou que, na Bahia, ainda não há grandes elementos de corrupção que possam “enlamear” as candidaturas ao Executivo municipal. “Isso não quer dizer que não há corrupção, apenas não há uma espetacularização dela”, frisou o analista.

Destaques nas eleições deste ano por diversos motivos, Bruno Reis (DEM) e Major Denice (PT) foram analisados pelo professor. Enquanto o democrata ‘não tem a marca, o perfil e o carisma’ de seu padrinho político ACM Neto (DEM), a petista enfrenta a desconfiança da militância raiz do partido e foi “imposta de cima para baixo” pelo governador Rui Costa (PT). 

“Na falta de um grande quadro como ACM Neto, Bruno Reis tem ocupado esse espaço e aparecido bem. Não é aquele grande candidato que ACM Neto foi quando se candidatou. O mesmo no PT. Major Denice enfrentou muita desconfiança, mas tem capacidade e desenvoltura. Os dois candidatos vão se valendo fartamente de seus padrinhos políticos. Isso não significa que haja uma transferência de votos imediata, mas devem colher esses frutos”, ponderou. 

Zacarias lembrou que o nome de Major Denice foi muito mal recebido pelo PT, que viu sua militância projetar seu apoio a Vilma Reis, pois tem uma trajetória nos movimentos sociais e na luta política. “Mas, por esse fenômeno de militarização da política, Rui Costa fez a aposta em Denice e contou com o apoio de Jaques Wagner e a chancela de Lula, pelo bom papel que ela fez na Ronda Maria da Penha. A aposta tem dado resultados relativamente positivos, mas isso deixou sequelas e muita mágoa na militância do PT. Só mais para frente para vermos os resultados dessa imposição”, contextualizou.

Classificação Indicativa: Livre

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