Eleições

Proibição de atos políticos cai como uma bomba entre candidatos em Salvador

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Campanhas são obrigadas a reavaliar estratégias faltando apenas cinco dias para a eleição municipal  |   Bnews - Divulgação Arquivo/BNews

Publicado em 10/11/2020, às 19h11   Henrique Brinco


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Os candidatos soteropolitanos estão reavaliando estratégias após a polêmica decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) de suspender as campanhas presenciais em toda a Bahia faltando apenas cinco dias da eleição municipal de 2020. Segundo o BNews apurou, a notícia caiu como uma bomba nas chapas, que já enfrentavam dificuldades com as medidas de restrição. Elas avaliam que a capital baiana não deveria ser inserida na medida. A decisão se dá após os inúmeros casos de desrespeito dos postulantes contra as recomendações sanitárias durante a pandemia da Covid-19, principalmente no interior.

A resolução do TRE-BA é duríssima e proíbe quaisquer atos políticos presenciais, como comícios, passeatas, bandeiraços, caminhadas, bicicleatas, cavalgadas, motoatas, carreatas e similares. Fica vedada, também, a distribuição de panfletos, folhetos, adesivos, entre outros materiais de campanha. Somente estarão permitidos atos através das redes sociais, do rádio e da televisão. A multa aplicada em caso de infração é de até R$ 50 mil. 

Nos bastidores, a avaliação é que as campanhas de vereadores devem ser as primeiras a serem impactadas com a decisão, uma vez que o eleitor decide o voto neste grupo horas antes do pleito. Os cabos eleitorais, que recebem um valor diário para, por exemplo, circular com as bandeiras dos candidatos pelas ruas, também sairão prejudicados. Os postulantes das chapas majoritárias estão consultando os setores jurídicos para saber como proceder a partir de agora.

Em Salvador, os candidatos avaliam a decisão como injusta, já que o TRE-BA se baseou principalmente nas irregularidades registradas no interior. "Recebemos com surpresa a decisão, porque Salvador, pelo que tenho acompanhado, tem mantido um padrão de cautela e prudência. Talvez um excesso aqui e ali, mas nada comparado com os atos políticos no interior", declarou um vereador ouvido pela reportagem. "As medidas deveriam ser adotadas nos locais em que ficaram comprovadas as aglomerações", completa.

A campanha do candidato a prefeito Pastor Sargento Isidório (Avante) foi a primeira a se manifestar, por meio de sua assessoria de imprensa, sobre a nova resolução. "Acabamos de receber a informação que o Tribunal Regional Eleitoral suspendeu todos os eventos políticos partidários. Por isso, a agenda poderá sofrer alterações a qualquer momento, após consulta ao jurídico da coligação", declarou, em nota. 

As agendas dos candidatos Hilton Coelho (PSOL) e Major Denice Santiago (PT) também foram alteradas minutos após a decisão. "Colegas, obedecendo a decisão do presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), o desembargador Jatahy Júnior, cancelamos a nossa agenda em Pernanbués e no Cabula", declarou a assessoria de imprensa da chapa petista.

O presidente do DEM em Salvador e candidato a vereador, Duda Sanches, afirmou ao BNews que o partido recebeu a decisão com surpresa. Todavia, defendeu o cumprimento das decisões judiciais. "Acredito que o trabalho já foi feito por todos. Em uma cidade grande como Salvador, é claro que tem o arremate final, as últimas visitas, mas o trabalho já foi feito. Não tem mais o que ficar buscando. Grande parte das pessoas na cidade já decidiu em quem vai votar para vereador", avaliou.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado da Bahia (TRE-BA), Jatahy Júnior, justificou a decisão em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (10). “A medida ‘dura’ é justamente para preservar a saúde pública. Nós estamos vivendo um momento de grande dificuldade, com o novo coronavírus ainda circulando. É uma eleição totalmente atípica. Nessa última semana a tendência é que esses atos de propaganda que geram mais aglomerações aumentassem”, afirmou.

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