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Candidato de Caldeirão Grande denuncia suposto esquema liderado por prefeito com apoio policial; gestor nega

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Político pediu apoio ao Comando da PM para garantir lisura da eleição municipal; gestor e candidato à reeleição nega acusações  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Interativa PN

Publicado em 13/11/2020, às 13h05   Redação BNews


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O candidato a prefeito de Caldeirão Grande, João Gama Neto (PT), conhecido como Netinho, encaminhou ao Comando Geral da Polícia Militar um ofício externando preocupações diante do período eleitoral e pedindo ajuda do governo estadual para garantir a lisura da eleição na cidade.

No documento redigido na última sexta-feira (6), Gama afirma que ocorre no município uma interferência, "ainda que velada", de policiais civis e militares, que são “assistidos” pelo atual prefeito e candidato à reeleição, Candinho Guirra (PP), para um suposto esquema de compra de votos e intimidação de opositores. 

No último dia 3 de novembro, Gama havia encaminhado ao governador Rui Costa (PT) um ofício de teor semelhante, externando suas preocupações. Segundo Gama, que é presidente do diretório municipal petista, os policiais acabariam atuando como “facilitadores de algumas situações que ocorrem na cidade”.

“Chegou ao ponto de amigos do prefeito circularem no município com vultosas quantias de dinheiro afrontando eleitores e opositores do atual gestor ‘ditando’ possível resultado das eleições. Tais pessoas não têm poder aquisitivo algum, pois são conhecidos de todos no município, e ainda assim apresentam quantias de até R$100 mil em espécie, a qualquer momento", denunciou.

O candidato petista assegura que policiais militares à paisana circulam no mesmo veículo que o prefeito em busca de votos e, por vezes, “intimidam eleitores que não manifestam entusiasmo com a sua candidatura”. “A Polícia Civil, por sua vez, acabaria por fazer vistas grossas a muitas dessas situações”, refletiu Gama.

O político argumenta que as quantias citadas nos ofícios teriam origem em créditos recebidos pela prefeitura no final de 2016, referentes a valores previdenciários. 

Ele também registrou uma notícia crime na superintendência da Polícia Federal do Estado na última quarta-feira (4) em face do prefeito, solicitando que seja instaurado um inquérito  para apurar suposta apropriação indébita previdenciária e eventuais crimes correlatos.

Gama relata que em março de 2017, o gestor, aparentemente sem justificativa, teria feito o estorno de R$ 8,5 milhões - montante referente a valores previdenciários da área da educação - para a conta da prefeitura municipal. Desde então, retiradas "mensais e sucessivas" estariam sendo realizadas deste montante.

Os valor dos saques seriam de, em média  R$ 150 mil.O teor do ofício encaminhado ao governador é citado pelo petista no documento. A notícia-crime também afirma que uma testemunha estaria disposta a depor sobre o assunto. Essa pessoa teria informações relacionadas às supostas operações indevidas.  

Outro Lado

Em resposta enviada ao BNews por meio da coordenação de campanha, o prefeito e candidato à reeleição Candinho negou a existência do suposto esquema de compra de votos e intimidação de adversários. Segundo a nota, “inexistem vultosas quantias em dinheiro no emprego da campanha”, que segue a lei eleitoral brasileira e respeita a obediência aos limites de gastos impostos a partir das despesas contratadas.

O documento destaca que a relação de receitas e despesas de campanha está disponível para consulta no site do TSE – órgão responsável por se manifestar sobre a regularidade das contas. A campanha de Candinho classifica como “ilações falaciosas” e “declarações difamatórias” dadas pelo candidato de oposição. “Ao que nos parece, (Gama) ainda não superou o resultado das urnas - em 2016”.

A coordenação afirma desconhecer e repudiar as declarações de que supostos apoiadores do atual prefeito circulam pela cidade com cifras numerosas, e que não cabe à campanha a informação sobre o patrimônio dos moradores. A coligação define como “cúmulo do absurdo” a suposta apropriação de mais de R$ 8,5 milhões da previdência municipal e diz ser “inadmissível” um ex-prefeito demonstrar desconhecimento das leis, ao ponto de caluniar oponentes políticos.

A Polícia Militar informou não ter recebido até esta sexta-feira (13) nenhuma denúcia sobre o suposto esquema. A Polícia Civil assegurou que não procede a informação acerca da atuação de agentes em apoio ao prefeito.

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