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Campanha eleitoral confunde e testa Eliana Calmon, ex-corregedora de Justiça

Imagem Campanha eleitoral confunde e testa Eliana Calmon, ex-corregedora de Justiça
Candidata diz que todos os dias um interlocutor pede dinheiro em troca de apoio  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/08/2014, às 15h15   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Em sete meses, ela já beijou crianças, abraçou idosos, percorreu 52 cidades e quase desistiu de se candidatar. Estreando nas urnas aos 69 anos, Eliana Calmon (PSB), ex-corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e candidata ao Senado pela Bahia, diz estar “confusa” e “espantada” com a vida real da política partidária.


No comitê instalado numa casa na Barra, bairro nobre de Salvador, ela recebe diariamente líderes comunitários, políticos do interior e sindicalistas. E, nesse entra e sai, ao menos uma vez por dia o interlocutor pede a ela dinheiro em troca de apoio.

“É todo dia. Parece que são mandados para me testar”, diz Calmon, que ficou famosa por criticar os “bandidos de toga” da magistratura.

Desconhecida do eleitorado, ela reconhece as dificuldades de uma campanha contra dois políticos tradicionais: o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o vice-governador Otto Alencar (PSD).

Em aliança com três partidos (PSB, PSL e PPL), Calmon encarna a “justiceira” nas redes sociais e trata o Senado como “cova dos leões”. Como estratégia, pede aos eleitores que pesquisem seu currículo “no Google”. Na campanha, trocou carreatas por palestras. Os focos são a classe média e profissionais liberais.

A maior dificuldade, afirma, é a falta de aliados no interior da Bahia. Tentou, por exemplo, organizar um ato numa cidadezinha do sudoeste do Estado, mas o prefeito, apesar de ser do mesmo partido dela, disse que não iria recebê-la pois apoia o PT.

A candidata não poupa a sigla. Em declaração recente, disse que o senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), ao lado do PT, não passava de “trombadinha da República”.

A declaração causou mal-estar com a família de ACM, que apadrinhou a indicação de Calmon ao Superior Tribunal de Justiça. Hoje, ela diz que a expressão foi infeliz: “Respeito o senador”.

Estacionada nas pesquisas de intenção de voto em 5%, Calmon quer ganhar eleitores mostrando seu currículo e aliados populares na TV. Seu principal cabo eleitoral será a candidata a vice-presidente Marina Silva, com quem diz buscar conselhos quando pensa em desistir: “É minha bússola”.

Calmon quer também o apoio do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, apontado em pesquisas como o 2º principal cabo eleitoral do país, atrás do ex-presidente Lula.

No último dia 20, data do “dia do amigo”, ela publicou uma foto sua com Barbosa numa rede social. Diz ter telefonado antes a ele para pedir autorização, quando ouviu de volta um “torço por você”. Agora, espera Barbosa voltar do exterior para, se possível, ganhar uma mensagem de apoio na TV. “Não é do estilo dele, mas quem sabe?”, diz, esperançosa.

Fonte: Folha

Classificação Indicativa: Livre

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