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Eleições: Cobiçada por orçamento e eleitorado, Prefeitura de Feira tem disputa embolada para 2020

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O pleito de 2020 está cercado de muito mistério   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 27/06/2019, às 21h26   Victor Pinto


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Vencer a disputa na cidade de Feira de Santana vai além de controlar um orçamento de R$ 1,2 bilhão: governar a segunda maior cidade da Bahia em público e eleitorado pode ser uma mola propulsora para articulações políticas futuras para aqueles que almejam galgar novos passos eleitorais. Porém, o pleito de 2020 está cercado de muito mistério e, no bom baianês, segue com um “baba bem embolado”.

A Princesa do Sertão conta com os seguintes nomes competitivos ou mais lembrados para o páreo: o deputado federal Zé Neto (PT), o atual prefeito Colbert Martins (MDB), o deputado estadual Targino Machado (DEM), o ex-deputado, radialista e Ouvidor Geral do Estado, Carlos Geilson, Jhonatas Monteiro (PSOL), o ex-deputado federal Fernando Torres, o ex-prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, o ex-secretário de Cultura, Rafael Cordeiro (Novo) e a deputada federal Dayane Pimentel (PSL).

Apesar de ter avançado em sua atuação política, agora com cadeira na Câmara Federal, Zé Neto (PT) é o típico Nelson Pelegrino de Salvador: sempre tenta, mas não chega lá. Agora, com um mandato federal, acredita ter mais pujança política. Contudo, há quem aponte como a sua principal pedra no sapato a rejeição que ainda é alta.

Apesar de Neto despontar nas pesquisas eleitorais divulgadas na cidade, o índice de indecisos ainda é alto e isso pode pender o resultado no fim das contas. E vale ressaltar que ele não conseguiu bons resultados eleitorais locais nos tempos áureos do ex-presidente Lula (PT) no poder, o que dirá de um PT em reconstrução e a condução da direita no Planalto. Muito se sabe que, apesar de não decisivo, o cenário nacional influencia o cenário local. Precisa também aparar o que precisa ser aparado com o governador Rui Costa (PT).

Colbert (MDB) rema na mesma maré de Neto: luta contra a sua rejeição. Contudo, é o homem que está com a caneta na mão. Assumiu o mandato com a renúncia de Zé Ronaldo (DEM) no ano passado, quando este concorreu ao Governo do Estado. Tem sido alvo de críticas, mas busca se viabilizar como o escolhido do cacique democrata feirense, que ainda tem dado as cartas nas mesas nas articulações locais.

Zé Ronaldo, peça importante e atualmente fora do jogo, como em todas as eleições não participadas diretamente por ele, interfere no processo e pende a balança. Deve só tomar a decisão de quem apoiará nos 45 minutos do segundo tempo, como é do seu feitio. Primeiro, acompanha a movimentação, mas a tendência é despejar o apoio em Martins, que conta com isso para alavancá-lo.

Outro apoio obtido pelo emedebista foi o de Fernando Torres, ex-deputado federal, que desistiu de sair candidato a prefeito para tentar cadeira na Câmara de Vereadores.

Carlos Geilson não tem grupo que o sustente. Essa é a questão crucial para a sua não decolagem. Apesar de boa penetração, de ter trato com o eleitorado, dada a experiência radiofônica e mandatos na Assembleia Legislativa da Bahia, e contar com prestígio e simpatia do governador, ainda é pesado eleitoralmente na disputada da prefeitura.

O deputado estadual Targino Machado (DEM), ferrenho opositor de Rui e cuja base é Feira de Santana, apesar de muito barulho e muita polêmica – jeito Targino de fazer política –, deve ceder apoio a um nome competitivo. A legenda, apesar de precisar de uma candidatura própria para alavancar uma proporcional, deve seguir a unção que será dada por Zé Ronaldo. É um caso a conferir.

Rafael Cordeiro é um novo nome na política eleitoral local. O advogado, ex-secretário de Cultura da cidade, se filiou ao partido Novo recentemente. Pode ser uma zebra na disputa, como outras foram vistas em candidaturas a governador em outros estados do mesmo partido no qual faz parte. Não tem grupo político e deve seguir isolado na disputa com o atual cenário desenhado.  

Natural de Feira de Santana, o ex-prefeito de Salvador e candidato a governador na última eleição, João Henrique Carneiro (PRTB), pretende se lançar na política local de Feira e conta do recall do seu pai, o ex-governador João Durval Carneiro, que sempre gozou de prestígio na cidade. Pretende ser o palanque do vice-presidente da República, General Mourão, no território feirense, da mesma forma como Celsinho Cotrim busca se viabilizar em Salvador. Ainda não demonstra ter uma penetração considerável que o faça competitivo o suficiente, pouco mais de um ano antes do processo eleitoral.

Já Dayane Pimentel, a representante do presidente Bolsonaro na Bahia, tem um problema: é desconhecida nas periferias do município. Conforme fontes ouvidas pelo BNews, Dayane e Alberto Pimentel, marido e secretário de Trabalho, Esporte e Lazer da Prefeitura de Salvador, conseguem se viabilizar mais no centro da cidade. Porém, o fator Bolsonaro e a capitalização do nome do presidente pode ajudá-los a torná-los conhecidos.

O caminho tende ser uma aliança política, como será firmada em Salvador. Apesar de ser articuladora da linha de frente do PSL baiano e ter bom trânsito com o presidente, ainda não levou nada vistoso à Feira que possa ser apontado como uma conquista de sua interferência.

VEREANÇA

Como já fora destaque na coluna Na Sombra do Poder do BNews, dois nomes recorrentes da política local, antes cotados para disputarem a cadeira do Executivo local, vão buscar a viabilização para a Câmara de Vereadores. Fernando Torres (PSD), ex-deputado, desistiu do páreo majoritário com olhos em um mandato de vereador e mais além: na busca por garantias pela presidência do legislativo feirense.

Outro que pretende arrebanhar votos proporcionais é Jonathas Monteiro. O rasta, como popularmente é conhecido, teve desempenho satisfatório dadas as proporções de Feira de Santana e sua polarização entre o PT e o DEM. Agora, tenta se viabilizar para garantir a primeira cadeira do PSOL na Câmara local. Outro nome do partido deve ser escolhido para tentar a majoritária.

Vereador licenciado para compor o primeiro escalão de Colbert, Pablo Roberto (PHS), ex-presidente da Câmara, ensaia uma candidatura a prefeito. Porém, os olhos estão voltados na vice do atual prefeito, mas dificilmente essa vaga deve ser preenchida por algum edil.

Classificação Indicativa: Livre

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