De médica veterinária a boleira: profissionais trocam de carreira e não se arrependem

Uma das possibilidades que podem ocorrer na vida de um profissional é a transição de carreira. Toda mudança gera medo, receio ansiedade. E em toda mudança há aspectos positivos e negativos, ganhos e perdas. O segredo de quem decide apostar na transição de carreira e investir no famoso plano B é saber que terá de abrir mão de algumas coisas para ter outras.

A segurança de um emprego fixo e um registro em carteira já não são tão mandatórios para a realização profissional. Hoje, as carreiras não são mais previsíveis e lineares como eram antes. Alterar o caminho do direcionamento profissional tem sido tendência .É o caso da médica veterinária Milla Paz, que já atuava na área de formação quando resolveu mudar de vida.

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"A decisão na verdade foi uma junção de vontade adormecida com necessidade. Eu sempre tive vontade de ter minha própria doçaria, mas me faltava coragem de arriscar. Então eu fui demitida do meu antigo emprego na área Pet e, com a necessidade, resolvi arriscar. O que deu super certo e não me imagino mais voltando pra minha vida de antes."

Milla conta que, mesmo tendo sido uma mudança repentina, não se arrepende: "A troca foi repentina. Eu pensava no assunto, mas achava que precisaria de um investimento maior pra começar. Mas quando comecei mesmo, foi me "jogando", sem pensar muito." 

Milla realizou o sonho de ter sua própria doçaria.

Milla não é a única. Fernando Lopes se formou em administração de empresas em 2007. Após trabalhar um período na área de graduação, a decisão de mudar de emprego surgiu quando o administrador percebeu que estava sempre cansado, estressado, sem ânimo para nada e descontente com as normas trabalhistas. Mas, a mudança de trabalho foi gradual:

"A fotografia sempre foi a minha paixão, mas nunca imaginei trabalhando com ela. Foi em 2011 que decidi mesclar o trabalho com carteira assinada com a fotografia, percebi que o retorno financeiro estava sendo mais em conta e tomei a decisão de me dedicar apenas a fotografia. De início era difícil, pois não conhecia o meio e não tinha uma carteira de clientes... busquei investir em cursos na área, e consegui uma clientela fiel, que me indica novos trabalhos. Hoje sou conhecido no meio, principalmente no de casamentos"

Diferente de Milla, a transição de carreira de Fernando foi pensada: “Levei mais de 3 anos para acreditar que realmente daria certo a dedicação exclusiva na fotografia, o medo de sair do trabalho de carteira assinada, tendo uma certa segurança de receber sempre no final do mês para um trabalho em que eu não sabia quanto e quando teria retorno, mas no final, deu tudo certo, não em arrependo desta troca, faria novamente se fosse necessário, transformei a minha paixão na minha profissão”

A jornalista Mariana Vilas Boas também resolveu empreender. No caso dela, a mudança não foi tão radical. Mariana abriu seu próprio negócio como designer gráfico e social mídia.

“Eu já fazia alguns trabalhos pra ter uma renda extra, mas depois que saí do emprego como assessora de comunicação, esse foi o meio que encontrei pra continuar tendo renda. ” Ela explica que a mudança foi repentina: “Foi repentina, se deu por necessidade mesmo”

Quem se jogou na experiência, deixa dicas de como fazer a transição de carreira.

 Mariana Vilas Boas diz que o importante é não desistir pois, fácil não é: " É preciso fazer especialização, cursos, e se manter atualizada na área de seu interesse."

Já o fotógrafo Fernando Lopes ressalta: "Tente, mas antes, que estude a área que você deseja seguir, análise as possibilidades, faça com amor, dedicação, e responsabilidade, o retorno pode demorar, mas ele vem."

E a boleira de mão cheia, Milla Paz, deixa um conselho: "Não esperar demais pelo momento perfeito, não esperar ter a renda que você acha que precisa pra começar. É se jogar mesmo, arriscar, ir crescendo aos poucos, mas feliz de trabalhar com o que realmente gosta. É muito gratificante.

E você? Mudaria de profissão?

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