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Lília Cabral fala sobre a mãe em entrevista: “meu pai me culpou pela doença dela”

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“Eu era muito reprimida pelo meu pai. Havia um impedimento de eu ser o que eu gostaria de ser”   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 05/11/2017, às 09h02   Redação BNews


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Lilia Cabral revelou em entrevista à Folha que teve que enfrentar o pai para realizar o desejo de ser atriz. Ele não queria que ela seguisse a profissão e a proibiu de voltar para casa quando ela decidiu, aos 26 anos, se mudar de São Paulo para o Rio de Janeiro para perseguir a carreira de intérprete.

Hoje, aos 60 e prestes a completar 40 desde sua estreia no teatro, Lilia já tem mais de 20 novelas no currículo - a última foi "A Força do Querer", que terminou em outubro. Também começou a filmar um longa da peça "Maria do Caritó", que protagonizou ao longo de cinco anos.

Na entrevista, a artista falou sobre a difícil relação com o pai: “eu era muito reprimida pelo meu pai. Havia um impedimento de eu ser o que eu gostaria de ser. Eu lembro que eu assistia às novelas e ficava me imaginando o tempo inteiro no lugar da Dina Sfat, da Glória Menezes”.

A atriz afirmou que sua ida para o Rio não foi aceita pelo pai: “quando eu voltei [a São Paulo], meu pai falou: ‘Olha, você quer morar no Rio, quer fazer sua vida, quer ser atriz. Então, eu não quero mais que você entre na minha casa’. E eu nunca mais entrei. Cada vez que eu queria ver minha mãe, eu tinha que combinar de vê-la na casa da minha tia, e meu pai eu não via. Mas minha mãe ficou doente [de câncer]. Aí eu voltei”.

Lília continuou a falar sobre o assunto: “mesmo assim, o encontro foi horrível, porque meu pai me culpou pela doença dela. [Dizia] que ‘o sofrimento todo que ela teve’... Quer dizer, ele foi quem proporcionou esse sofrimento. Mas, para não discutir, eu aceitei. Falei: ‘Tá bom, eu sou a culpada. Sou a culpada de tudo’. Mas minha mãe, depois da descoberta, não durou seis meses. Porque não tinha mais jeito”.

“Sobrou meu pai, só que depois daquela mágoa, daquela forma repentina de me anular da vida deles, fica muito difícil a gente ter alguma coisa, assim, de coração. Mesmo assim, eu jamais abandonei. Trazia meu pai pra cá, levava para as peças. Aí ele começou a ter orgulho, bastante. A gente entende, a gente perdoa, mas é difícil limpar o coração totalmente. Humanamente, acho que é até normal a gente sentir alguma dor. Poxa, se não tivesse feito isso, a vida da gente poderia ter sido outra”, disse.

A artista, contratada da Rede Globo, não hesitou em apoiar a filha, Giulia, 20, que estuda para ser atriz. “Por muito tempo, ela não falava. Ela vivia tudo aquilo comigo desde pequena, e ficava tolhida de dizer que queria ser atriz, porque todo mundo falava assim: ‘Ah, quer ser atriz porque a mãe é’”, finalizou.

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