"O que estão fazendo com o Dia do Samba é uma sacanagem"

"Faço samba há mais de 40 anos. Isso é um tiro no meu crânio. O que estão fazendo com o Dia do Samba é uma sacanagem", desabafou o cantor e compositor Edil Pacheco ao falar sobre o cancelamento da comemoração do Dia do Samba, que aconteceria no próximo domingo (2), data celebrada há 40 anos, e inserida por lei em 2011 no calendário oficial de Salvador.

De acordo com o sambista, que sempre esteve à frente do evento, o projeto não foi aprovado pelo edital do Ministério da Cultura (Minc). Ele disse que tentou o recurso de cerca de R$ 200 mil por meio da secretaria da Cultura da Bahia, via Edital de Projetos Calendarizados, entretanto a proposta não foi aceita: "A secretaria de Cultura disse que a festa do Dia do Samba não foi incluída na relação de comemoraçõe Calendarizadas".

Ainda segundo Pacheco, os artistas que se apresentaram no ano passado, convidados pelo cantor não foram pagos: "Foram 44 artistas que se apresentaram ano passado. Eles são meus amigos. O Ministério da Cultura passou a verba para a Secretaria da Cultura que não nos repassou e ainda falou que devolveu o dinheiro. Eu estou devendo R$ 42 mil para Caixa Econômica porque paguei tudo do meu bolso. E a Secretaria da Cultura ainda diz que não teve Dia do Samba ano passado".

Entre os convidados que se apresentaram na Praça Municipal no ano passado estão Diogo Nogueira - filho do sambista carioca João Nogueira homenageado na edição passada-, João Bosco, Mariene de Castro, Nelson Rufino, Valmir Lima, Gerônimo, Juliana Ribeiro, Nelson Rufino, Gal Borges entre outros. Na festa que não deve acontecer no próximo domingo, o sambista baiano Nelson Rufino seria homenageado pelos seus 70 anos e Mart'nália, Jorge Aragão e Danilo Caymmi seriam alguns dos convidados.

A reportagem do Bocão News entrou em contato com a Secretaria Municipal da Cultura e não teve retorno.

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