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Bambam da Bronkka fala sobre novo CD, uso de maconha e polêmica com Kannário

Imagem Bambam da Bronkka fala sobre novo CD, uso de maconha e polêmica com Kannário
Banda lança novo CD no Salvador Fest em setembro  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 31/07/2014, às 06h08   Terena Cardoso (Twitter: @Terena_Cardoso)


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O vocalista da banda “A Bronkka”, Bambam, esteve no estúdio do Bocão News na manhã desta quarta-feira (30) e conversou com a reportagem do site. No bate-papo ele falou sobre o novo CD “Nitroglicerina”, de como a roupagem do grupo agora é diferente e ainda opinou sobre temas polêmicos como a liberação da maconha e o preconceito contra o pagode. Já sobre a vida pessoal, ele escorregou direitinho. Confira:
Estou vendo aí que você fez uma tatuagem nova. O que é?

Aqui é uma coruja segurando uma caveira. A coruja tem aquela onda com a morte, né? Quando nossos pais a viam passando por cima de uma casa... É um mito. Já eu tenho um símbolo diferente com ela. Quando coisas na minha vida estão pra acontecer de forma grandiosa e positiva, ela sempre está presente. Ou quando a enfermidade aparece, uma forma de aviso que me acompanha. Então nessa fase agora resolvi botar pra celebrar. A minha vida toda, essas bandas todas que passei... Ela (coruja) sempre esteve presente.

Vocês estão lançando um CD novo, o “Nitroglecerina”, por que esse nome?

Representa a nova fórmula do que é a Bronkka. Como se a Bronkka fosse o Nitro e a Glicerina o Bambam e vice-versa. É uma explosão da mistura, da fórmula. Significa no geral uma explosão. É o que a gente esperava e o que a gente acha que é a Bronkka. É realmente uma explosão esse CD.

O novo CD tem participação de Márcio Vitor e Igor Kannário, mas dizem por aí que com Igor você não se bica...

Não. Não existe isso, não. Igor é meu amigo e somos parceiros pra sempre. Igor me chama de amor, irmão, professor, chamo ele de amor também. A galera que não conhece a gente pensa até que é gay (risos) e Márcio é meu irmão é família. Estamos unidos de novo fortalecendo a bandeira do pagode

Márcio Vitor canta o que com você neste CD?

Ele canta comigo uma música chamada Bahia de São Salvador. Tivemos um cuidado na escolha das músicas, tivemos um cuidado com os compositores... A própria Lucy entrou de cabeça na produção do CD e demos oportunidades a novos compositores.

Vocês disponibilizaram o CD para download gratuito. Pagode não fatura com venda de discos?

Não, porque não necessariamente a gente vive disso. Nem a empresa, nem eu e nem a banda. Vivemos mesmo do calor do povo. A Bronkka tem tradição com multidões, embora tenha a fase de uma linguagem... Enfim, ela mudou. Hoje mesmo só tem aquela marca “A Bronkka”, mas a roupagem é outra. Se tivéssemos contrato com gravadora ganharíamos com as vendagens. Alguns até ganham com isso, vendem o disco no show. A gente até podia fazer isso, né Paty? (diz para a assessora que acompanha a entrevista). Mas a gente não faz isso. 

Então você não acha que tem a ver com o estilo musical?

Pagode é muito ‘baixado’. Acho que é hoje um dos estilos mais populares pelo menos na Bahia. A periferia é maioria. 

Você acha que o preconceito contra esse ritmo musical na Bahia atrapalha?

Eu acho que são restrições de conceitos de uma sociedade que a gente precisa ter cuidado com o que você fala, com o que você direcionada, principalmente dentro de uma linguagem musical. Acho que é por aí. Certas bandas sofrem esse preconceito por causa do que falam. A Bronkka hoje saiu totalmente disso. Temos uma música, por exemplo, chamada “A Noitada” que lembra Anitta e Naldo e já leva pra esse lado. Bombou sem a gente prever. Já toca nas rádios e está bombando. É um remix de funk, melody e pagode.

Além do preconceito, alguns pagodeiros de Salvador chegam a sofrer acusações até mesmo de uso de drogas. Você é a favor da liberação da maconha, por exemplo?

Eu sou. Completamente. Eu acho que aí que está a coisa... Quanto mais você repreende, acho que piora essa situação. Quando libera você de alguma forma tem controle, organiza, as pessoas viverão dentro de um padrão, dentro das regras, da sociedade e dos governantes. E não uma coisa apertando a mente... E já existe isso, né? Desde quando eu nasci. Isso contribui para a mortalidade nas ruas. 

Você é contra a descriminalização da maconha, então?

Isso. Bacana. Olhando por esse lado aí. Não é apoiar a droga com visão de que isso é droga e vamos virar todos drogados. Apoiar uma coisa que... O cigarro, o normal, já poderia ser caçado. Em outros países já tem essa logística.

A maconha faz algum bem para você?

Acho que sim. Já vi documentários sobre aidéticos onde a maconha era liberada às 10h da manhã para o café porque abre o apetite. Era liberado em outros horários com o mesmo objetivo. Como remédio, vi na TV a história de uma criança que tinha um problema sério e através da cannabis sativa... Enfim, eu vejo por esse lado aí que é interessante.

Tem projeto para lançar algum DVD?

Temos, sim. 

Tem prazo ou data para as filmagens?

Agora, agora.

Até dezembro sai?

Acho que um pouco antes.

Será em Salvador?

(Não responde a pergunta) É como eu estava dizendo... A Bronkka tem muito o que agradecer. Tem o CD agora, vamos gravar um clipe maravilhoso onde vamos vender umas seis músicas.

Um medley?

Isso, muito bacana, começaremos a produção agora.

Vai interpretar algum personagem no clipe?

Vou porque existem algumas músicas que pedem isso, né? Tem uma falando de noitada que virou moda agora o tal do “esquenta” quando as meninas se unem quatro, cinco, seis gatas se preparando pra balada, escolhendo a roupa, se maquiando e ouvindo som. Aí vai ter essa tomada do esquenta. E no meio disso tudo tem uma tomada que eu estarei ali só de ‘couro de rato’ tomando uma cerveja.

Você está namorando alguém, Bambam?

Pausa - Rapaz... Eu estou no fluxo.

Como assim?

Eu estou no fluxo.

Não entendi, não. O que é isso?

Risos - Pode crer que eu estou no fluxo.

Você prefere não responder é isso?

Eu sou coração vagabundo. Eterno apaixonado. Tenho facilidade de me apaixonar. Sou apaixonado e apaixonante. Mas estou no fluxo. – Ri novamente

E a agenda de shows, como está? Estão tocando muito fora de Salvador?

Estamos sim. A partir de setembro a gente começa de repente não parar mais de novo. Voltar àquela fase de três por semana e uma média de 9 a 12 no mês. Estávamos nessa rotina, mas tive um acidente e diminuiu. Agora a gente retoma. Temos grandes eventos. Salvador Fest, Swinga Aracaju, etc.

Sua relação com a A Bronkka não tem polêmicas como era com Kannário, né? Você se considera um cara tranquilo?

Risos - Eu sou tranquilão mesmo. Sou só cismado. Meu decanato é feminino, mas eu sou espada. Mas sou tranquilão. Minha relação com a sociedade é maravilhosa com todos, polícia, todas as guarnições, os praças, os comandos, prefeitos.

E isso se reflete na sua relação com a banda?

Claro. Se reflete como personalidade. Por exemplo, ontem eu fui na casa do guitarrista e botei o carro quase no portão dele pra gente tirar umas músicas pra tocar hoje aqui. Aí veio um camburão de polícia e meu vidro é travado. Só que eu saí e falei: “E aí, selva, tudo bem?” os caras “ôoh Bambam, e aí, como está?”. Já tem outros que naquele momento ali poderia ser diferente, né? Eu sou assim. Não me meto em polêmicas, sou caseiro, sou família, sou espiritual e hoje estou mais sensato e maduro.

Você tem filhos?

Tenho uma filha. Thayla, de seis anos. 

O que espera de repercussão em torno desse novo CD?

Nós vamos lançar ele no Salvador Fest. É onde a gente vai lançar oficialmente e estamos centrado esse mês todo de agosto nas divulgações, mídia, publicidades, rádio, TVs... Até chegar o dia 14 onde lançaremos no Salvador Fest. E estamos com um projeto também que é “A Bronkka vai na sua casa”. Você nos manda endereço com os dados e a gente manda um CD, um kit muito bacana. Tudo sem custo. O envio é de graça. 

*Pra ganhar o CD é só enviar os dados pra [email protected] 

Nota originalmente postada dia 30

Classificação Indicativa: Livre

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