Entretenimento

BBB 24: Após fala problemática de Fernanda, Federação Brasileira de Síndrome de Down se manifesta: 'Capacitista e discriminatória'

Reprodução/TV Globo
Em conversa com aliados, Fernanda, do BBB 24, disse que participante era 'dodói' e que 'estava faltando cromossomo' nela  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 20/03/2024, às 18h37   Cadastrado por Victória Valentina


FacebookTwitterWhatsApp

A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) emitiu, nesta quarta-feira (20), uma nota de repúdio contra a fala de Fernanda Bande, participante do BBB 24. Na última segunda (18), a confeiteira disse que a participante do programa Beatriz Reis era "dodói" e que "estava faltando cromossomo ali". Segundo a entidade, o comentário foi capacitista e discriminatório.

"Por meio desta nota, expressamos veemente nosso repúdio as falas capacitistas e discriminatórias proferidas pela participante do reality show Big Brother Brasil 2024, Fernanda Bande, em relação às pessoas que têm alteração cromossômica", iniciou o texto, entitulado "Fernanda, o cromossomo não deixa a pessoa dodói".

"E lamentável, que em plena semana na qual se comemora o Dia Nacional e Internacional da Síndrome de Down, dia 21 de março, cujo propósito é trazer esclarecimentos e informações acerca dessa condição genética e eliminar o preconceito ainda existente na sociedade, que um programa repercutido nacionalmente propague esse tipo de conteúdo", continuou.

"Ao tratar de tais comentários, torna-se imprescindível tecer acerca da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a qual traz em seu artigo 5° que todos são iguais e que os Estados deverão trabalhar contra a discriminação, e no seu artigo 8° traz que serão adotadas medidas para conscientizar toda sociedade. Assim, tais comentários atentam contra a Convenção e contra as pessoas", seguiu a FBASD.

A Federação, por fim, reforçou que a fala de Fernanda alimenta o preconceito contra as pessoas com deficiência e destacou o fato da participante do programa da Globo ser mãe de uma criança no espectro autista.

"Reforçamos que este comportamento implica na continuação estrutural do preconceito contra as pessoas com deficiência, infringindo a lei n° 13.146/15 (LBI - Lei Brasileira de Inclusão) que deixa bem claro, em seu Art. 88, que é crime praticar, induzir ou incitar discriminação contra pessoas em razão de sua deficiência. Nos causa grande estranheza terem sido proferidas pela mãe de uma criança com autismo, que vive a luta pela inclusão no seu cotidiano. Esperamos que o programa e a Rede Globo se manifestem e façam uma retratação, além de disseminar conteúdo informativo a respeito das síndromes existentes, a incluir a síndrome de Down", encerrou.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp