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Carnegie Hall aplaude de pé A Grande Noite Bossa Nova

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Música brasileira volta a brilhar na lendária casa de espetáculos em Nova York  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 09/10/2023, às 14h30   Redação Bnews


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 Mais de 60 anos depois, Nova York voltou a render suas homenagens à bossa nova. A batida diferente encantou o público que foi ontem (8) ao Carnegie Hall conferir A Grande Noite – Bossa Nova, apresentação única reunindo Seu Jorge e Daniel Jobim, com um elenco especial de artistas convidados. No palco, eles receberam Alaíde Costa, Roberto Menescal, Carlinhos Brown, Celeste e Carol Biazin, que interpretaram grandes clássicos do gênero. O show reuniu diferentes gerações de músicos em um tributo à apresentação histórica da bossa em 1962, no mesmo Stern Auditorium, que revelou ao mundo nomes como Tom Jobim, João Gilberto e Sérgio Mendes. Ao final, mais de 2.800 pessoas aplaudiram de pé a celebração da música brasileira.

  O show teve Serginho Groisman (do programa “Altas Horas”) como mestre de cerimônias. Ele chamou ao palco Seu Jorge e Daniel Jobim, que abriram a noite com “Chega de Saudade”, “Samba de Uma Nota Só” e “Samba do Avião”. Ao piano, Daniel lembrou Tom Jobim em canções que imortalizaram a bossa. “É uma honra tocar na mesma casa que recebeu meu avô e tantos artistas geniais”, disse.  Na sequência, Carlinhos Brown trouxe uma intepretação muito pessoal de “Aos pés da Santa Cruz”, em homenagem a João Gilberto, e introduziu “Ararinha”, de sua autoria.

 “Eu nasci em 1962, um ano luminoso para a bossa nova. Essa nova batida tornou-se parte da nossa identidade, um passaporte que abriu caminhos para o Brasil no exterior. Um Brasil que fala aos corações do mundo através da bossa”, destacou.

A grande surpresa da noite foi a cantora paranaense Carol Biazin, 26 anos que interpretou “Samba de Verão” e “O Barquinho”, ao lado do veterano Roberto Menescal. “Sou profundamente grata pela chance de celebrar um gênero que levou a nossa cultura ao mundo. Sou fascinada pelos acordes e melodias da bossa.  Ela sempre fez parte da minha vida e carrego muitas referências para minha carreira", lembrou.

Menescal, 85 anos, subiu ao palco emocionado pelo fato de ser o único artista da noite a ter se apresentado no show histórico de 1962. “O Barquinho”, de sua autoria e de Ronaldo Bôscoli, voltou a fazer história no Carnegie. Os versos “O barquinho vai / A tardinha cai...” embalaram a plateia, que respondeu em uníssono. Ao violão, Menescal também fez duetos com os demais artistas convidados para o show. “Foi tão bom que já estou animado para o show dos próximos 60 anos", brincou.

O compositor e violonista acompanhou Seu Jorge em “A Felicidade” e depois recebeu Alaíde Costa em momento marcante da apresentação. Uma das precursoras da bossa, Alaíde, 87 anos, foi a mais aplaudida da noite. Ela tinha ficado de fora do grupo de artistas convidado para o show de 1962. Desta vez, pôde concretizar o sonho de cantar no Carnegie, apresentando “Sabe Você” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes) e “Demais” (Tom Jobim). Para ela, foi a reparação de uma injustiça histórica.

 Seu Jorge e Daniel voltaram ao palco para apresentar “Dindi” e “Retrato em Branco e Preto”, de Tom Jobim (a primeira em parceria com Aloysio de Olivera, a segunda com Chico Buarque). A cantora britânica Celeste, revelação da soul music e do R&B – – fez uma releitura tocante de “How Insensitive” (“Insensatez”), outro clássico do maestro, acompanhada de Menescal ao violão. "Ela cantou tão bonito. Fiquei arrepiado por dentro, que coisa maravilhosa!”, elogiou Seu Jorge.

A noite terminou com Seu Jorge e Daniel emendando mais uma sequência de clássicos de Tom Jobim, como "Águas de Março", "Wave" e "Corcovado". Mas o público queria mais. O bis veio com "Desafinado". Depois o elenco todo voltou ao palco para se despedir com "Garota de Ipanema".

 A Grande Noite Bossa Nova foi idealizada pelo cantor e compositor Max Viana, também diretor artístico do show. O empresário Fabio Almeida, sócio da Join Entretenimento (responsável pela realização do evento), se diz orgulhoso por reunir um time especial de artistas para a Grande Noite. “Foi muito gratificante ver a cultura brasileira em um lugar de tanta visibilidade e importância. O retorno desse evento não é apenas para os artistas que estavam ali no Carnegie, mas para todos os que batalham pela música brasileira. A Join se coloca nesse papel. Muitos outros projetos com essa relevância virão no futuro próximo, unindo gerações da música que interagem com essa harmonia e respeito pela nossa cultura”, garantiu.

Classificação Indicativa: Livre

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