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Ex-repórter da Globo aponta racismo após demissão: “A culpa é da colonização”

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Rede Globo não quis comentar sobre a demissão do ex-funcionário  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 05/12/2019, às 21h29   Redação BNews


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O repórter Adalberto Neto, que foi demitido do Grupo Globo, nesta quarta-feira (4), supostamente por ter filmado um editor de esportes comemorando o título do Flamengo na Copa Libertadores da América, resolveu se pronunciar nas redes sociais e disse que não sabe o real motivo da demissão.

“A mim, realmente, não foi informado o motivo da minha demissão. Meu editor apenas disse que foi um pedido da direção pelo ‘conjunto da obra’. Cheguei a perguntar de que ‘obra’ se referia, mas ele não soube responder, ou não podia”, publicou.

Usando uma camisa escrito “anti-racista”, o repórter questionou se a demissão dele não foi uma questão racial. “Se a ‘obra foi mesmo o vídeo que fiz, acho muito curioso só eu ser desligado da empresa, sem nem tomar uma advertência prévia. Logo após o mês da Consciência Negra e de todo o debate que se levanta nesse período, o meu mês seguinte já começa assim. Para quem tem o mínimo de letramento racial, é impossível não racializar essa minha demissão”, observou.

“A culpa não é nossa. Vem lá de trás. Da colonização. Só para se ter uma ideia, quando falamos que o Brasil já começou errado, quando os portugueses invadiram a nossa terra”, criticou.

A assessoria de imprensa do jornal O Globo não quis comentar as declarações do ex-funcionário. 

Veja publicação:

MEU PRONUNCIAMENTO: Já que o assunto está tomando uma dimensão assustadora, decidi me pronunciar. A mim, realmente, não foi informado o motivo da minha demissão. Meu editor apenas disse que foi um pedido da direção pelo “conjunto da obra”. Cheguei a perguntar de que “obra” se referia, mas ele não soube responder (ou não podia). Enfim, durante os abraços de despedida nos colegas, quase todos me afirmavam que a “obra” consistia em alguns Stories durante a vitória do Flamengo sobre o River Plate por 2 a 1 na final da Libertadores. Só para contextualizar, já que vi em alguns perfis uma galera me chamando de X9, desde a hora que eu saí de casa para trabalhar, eu comecei a gravar, dizendo que, apesar de ser Vasco, naquele dia eu era Flamengo, porque o time representava o Brasil no campeonato internacional. Sei que pode parecer estranho, vindo de um vascaíno, mas eu sinceramente encarei aquilo como uma final de Copa do Mundo e mostrei, em inúmeros momentos do meu dia a expectativa pelo jogo. Aqui, no Brasil, se pararmos para pensar, não temos muitos motivos para comemorações. Alta do dólar, da carne, do gás, do tempo de trabalho... Deixa eu celebrar o Flamengo e idolatrar o Gabigol também, pô! Na redação, durante a partida, não foi diferente. Aliás, como lá era o lugar em que passava a maior parte do meu dia, sempre foi cenário dos meus vídeos diários. Eram muitos. E nunca reclamaram comigo. Pelo contrário, um monte de gente de lá me segue e me acompanha frequentemente. Mostrei nos meus Stories meu otimismo, pessimismo, apreensão, raiva, felicidade, euforia e otimismo de novo durante o jogo. Acho que todo mundo que torcia pelo Flamengo passou por isso. Inclusive o Márvio dos Anjos, editor de Esportes, que é um cara que eu adoro e, só a título de curiosidade, faz parte de um grupo de WhatsApp comigo, o Troncal de Carnaval, em que sugerimos as boas do carnaval durante o período da folia e, nos outros meses do ano, enviamos memes, figurinhas e falamos de assuntos que vão de A a Z. Fecha parênteses. *** Continua nos comentários ***

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