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Influencer baiana com Down levanta bandeira da liberdade após ataques no Carnaval; entenda

Acervo familiar
Cacai Bauer, primeira influencer com síndrome de Down do Brasil, sofreu críticas por curtir o Carnaval e não usar assentos preferenciais  |   Bnews - Divulgação Acervo familiar

Publicado em 27/02/2024, às 22h11   Redação


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É comum encontrarmos pessoas defendendo os direitos alheios, sobretudo, de públicos que, de fato, são assegurados pela lei. Mas será que na prática fazem uso dessa empatia? Essa questão foi levantada após ataques sofridos pela baiana Cacai Bauer, primeira influenciadora com síndrome de Down do Brasil. Cacai foi atacada por inúmeros comentários negativos nas redes sociais após postar vídeos temáticos sobre o Carnaval.

O problema apontado pela influencer é que a Pessoa Portadora de Deficiência (PCD) algumas vezes é vista como alguém que não tem direito a diversão, lazer e tantas outras opções que podem ser inseridas na rotina deles. Cacai tem consciência que seus direitos como PCD não anulam a sua liberdade para, dentre outros pontos, curtir o Carnaval.

"Eu amo demais o carnaval. Fui esse ano e em outros também. Gosto de dançar, curtir a folia, e, agora que estou solteira, beijar na boca. Mas os haters me deixam triste porque eles ofendem", disse Cacai. Além de precisar lidar com as críticas pelas idas a locais como festas, pessoas na condição de Cacai também sofrem quando se trata de assentos e filas preferenciais. A falta de consciência e respeito causa danos emocionais aos PCDs e aos seus responsáveis.

"Os comentários ainda são pesados e precisam ser combatidos. Percebemos que a maioria dos haters são crianças e adolescentes. É um trabalho de consciência. No nosso carro, por exemplo, tem a credencial de vaga preferencial, mas frequentemente somos questionados, como se não tivéssemos direito àquela vaga", explicou Janaina Bauer, mãe de Cacai.

A Lei nº 10.098/2000 e o Decreto nº 5.296/2004 garantem o acesso de pessoas com deficiência a diversos espaços, incluindo transportes públicos, estabelecendo a reserva de vagas e assentos preferenciais, é importante reconhecer que o respeito à autonomia das pessoas com deficiência é fundamental. Durante o Carnaval, quando a influencer fazia postagens curtindo a festa, os haters diziam que ela, por conta disso, não teria direito a vagas preferenciais, por exemplo.

Como destaca a advogada Letícia Lefevre, cabe também aos PCDs, a depender da situação, discernir se irão ou não usar um direito legal. Como foi o caso de Cacai Bauer, que ama marcar presença no carnaval, sem a obrigatoriedade de fazer uso de um assento preferencial em um evento.

"A faculdade da pessoa com deficiência em exercer o seu direito a utilização de assentos preferenciais é um direito fundamental que visa garantir a acessibilidade e a inclusão desse grupo na sociedade, mas ninguém é obrigada da nada, a não ser em virtude de lei, inclusive a pessoa com deficiência", destacou a advogada Letícia Lefevre.

Classificação Indicativa: Livre

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