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MP recebe pedido para investigar Ludmilla por intolerância religiosa

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Entidade entrou com o pedido após polêmica da cantora durante o Coachella  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 23/04/2024, às 19h12   Melissa Lima


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O Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (CEAP) vai acionar o Ministério Público do Rio de Janeiro para que abra investigação sobre uma suposta intolerância religiosa cometida por Ludmilla durante show no Coachella, nos Estados Unidos.

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Em meio à performance de "Rainha de Favela", durante a apresentação, um telão exibiu um vídeo com um trecho contendo a frase "Só Jesus expulsa o Tranca Ruas das Pessoas". Tranca Ruas é um dos exus, entidades da umbanda, religião de matriz africana.

Depois das acusações e repercussão negativa na internet, Ludmilla se defendeu em suas redes sociais:

"Tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária a minha".

O episódio ainda rendeu uma indireta para a cantora por parte de uma das dançarinas de Anitta, com quem Ludmilla é brigada. Arielle Macedo publicou nas redes sociais que “Tem coisas que não tem justificativa né, 2024”.

Apesar da justificativa, o CEAP quer que a cantora se explique à justiça sobre a atitude. A entidade avalia que, ainda que não tivesse intenção, a conduta é "juridicamente reprovável".

Na representação, o advogado Gustavo Proença recorre à Lei do Racismo (nº 7.716/89), que pune os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião.

Para o acusador, frases como essa devem vir necessariamente em um contexto de reprovação à discriminação religiosa quando utilizadas, o que não aconteceu.

"Tem que estar sempre contextualizada. Se não tiver uma informação, ela irá, sim, funcionar como propaganda de intolerância religiosa. A suástica, por exemplo, não pode ser usada se não estiver num contexto de reprovação ao nazismo, senão acaba virando propaganda", explica Proença ao portal O Globo.

Ao portal, o babalawô Ivanir dos Santos, coordenador da CEAP, também se manifestou contra o episódio, sobretudo por Ludmilla ser uma mulher negra que também faz parte da comunidade LGBTQIA+.

"É lamentável ver que ela está cometendo um crime baseado numa lei que protege a comunidade LGBTQIA. Ela viola justamente uma lei que equiparou o crime de homofobia ao de racismo".

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