Entrevista
Publicado em 27/04/2022, às 06h00 Juliana Barbosa
O carioca Adalberto Neto, 41 anos, viralizou durante a pandemia. De cara pintada de branco, o jornalista investiu no seu lado dramaturgo, criando personagens polêmicos, com sátira: “com esses personagens, acabei ganhando um quadro toda sexta-feira no (portal) Notícia Preta! A “Branca Luiza, “Raio de Luz” Alvo Uáite, e “Máximo Caucásio. ”. Esses personagens também foram no programa do Marcelo Tás, foram para o Comedy Central mas no meu perfil do Instagram, não tem nome, são apenas pessoas brancas racistas”.
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O que ninguém sabe ainda é que Adalberto Neto, autor vencedor dos prêmios Shell 2020, na categoria Dramaturgia, e Ubuntú 2020, como Autor Revelação, ambos por “Oboró - Masculinidades negras”, vai estrear no teatro! A notícia, em primeira mão para o Bnews foi dada com orgulho: “Estou estudando a possibilidade de levar isso para um espetáculo, de levar uma sátira sobre preconceito racial para o teatro!".
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O jornaista diz que sempre soube que queria escrever, mas foi no colegial que descobriu seu amor pela dramaturgia. “Sou da época da televisão aberta, a TV a cabo estava engatinhando aqui, só comprando produções estrangeiras... Só exista a Globo, as novelas da Globo... Minha mãe dizia para eu estudar outra coisa e fazer isso como um hobby e foi o que eu fiz, me formei em jornalismo”.
Neto conta as dificuldades ao longo da carreira: “Me formei em 2013 e consegui minha primeira peça em 2019. Nesse período eu desisti muitas vezes, cansa! Às vezes a gente desanima, mas, também quando aconteceu, com a minha primeira peça eu ganhei o maior prêmio de teatro do Brasil e eu falei: valeu a espera! A chave virou na minha vida quando passei a acreditar em mim, nós pessoas pretas a gente tem muita dificuldade nisso, a auto sabotagem vem com força, a síndrome do impostor vem com força, e a gente fica com medo de ousar, de fazer as coisas porque a gente está sempre esperando ser criticado. A chave virou quando eu passei a não me importar. Vai ter sempre gente me criticando, mas, vai ter sempre gente me apoiando. ”
Como é o seu processo de criação?
Muito rápido! Eu sou meio hiperativo, o que é ruim para muita coisa, mas, a parte boa é que a mente trabalha muito e consigo arrumar soluções muito rápido. Os personagens com a cara branca surgiram assim, numa conversa por telefone com uma amiga. E decidi que bater textão na internet iria revisitar sentimentos e não iria adiantar. Então decidi chegar com o pé na porta. Então, o “Black face” ainda é muito feito, aí eu pensei em falar disso com deboche, quando as pessoas chamam isso de “White face”, mas, isso não tira o privilégio branco de ninguém. E o humor atrai, mas, é um soco na cara, reflexão. Então comecei com uma afronta, gravando com a cara pintada de branco”.
Como lida com os haters? "Não levo muito a sério. Não guardo aquilo, não me afeta.'
Como surgiu essa comparação o Cauã Reymond? "Uma seguidora disse que “O Cauã perde”, então comecei a brincar, estou num ringue sozinho, ele nem sabe que existo, ele é um cara muito bonito, mas, me permito me iludir e me comparar com ele!'
Sobre projetos futuros? "Costumo competir comigo mesmo. É um novo tempo, espero contar novas histórias, no teatro, na televisão e no cinema."
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