Esporte
Publicado em 28/06/2018, às 06h40 Folhapress
Os gols do Brasil contra a Sérvia, que deixaram a equipe tranquila na partida, foram feitos pelo meio-campista Paulinho e pelo zagueiro Thiago Silva. É algo simbólico para o desempenho de dois dos jogadores de ataque da seleção, que estão com estatísticas abaixo da média.
O ponta Willian teve apenas três finalizações nestes três primeiros jogos. Nenhuma no gol adversário.
Para comparação, a reportagem analisou todos jogadores que atuaram ao menos 90 minutos e estão em seleções que já passaram para as oitavas.
Na média, os pontas (a posição do brasileiro) dessas equipes alcançaram quase duas finalizações certas.
O ponto aqui é que o técnico Tite parece ter poucas opções para trocar Willian.
Douglas Costa, que entrou no lugar dele contra a Costa Rica e teve bom desempenho, se machucou. Ainda não está certo quando ele poderá retornar a atuar.
Nas eliminatórias, que marcaram uma arrancada fulminante da seleção quando Tite assumiu o posto, uma característica que chamou a atenção é que os atacantes passaram a participar mais das ações defensivas.
Nem aqui Willian consegue se destacar na Copa até o momento. Ele não fez nenhum desarme —a média dos demais atletas é de quase duas.
Nesse quesito, um jogador brasileiro que vem sendo criticado aparece positivamente. Gabriel Jesus é o centroavante que mais conseguiu desarmes (5), à frente, por exemplo, do uruguaio Cavani (3).
A questão é que, para a posição dele, o que se espera mesmo são gols ou ao menos participação ofensiva decisiva.
Aí a situação fica ruim.
Jesus não balançou as redes e não teve nenhuma finalização certa nas três partidas.
Na média, os jogadores da posição finalizaram corretamente duas vezes.
Após a partida, Tite afirmou em entrevista que segue confiando no atacante do Manchester City, artilheiro da seleção desde que o treinador assumiu o cargo.
Mas lembrou de Firmino, que também entrou contra a Costa Rica e foi bem.
Se Willian e Gabriel Jesus trazem desconfiança, Neymar e Coutinho vão ganhando papel cada vez mais preponderante no setor ofensivo.
Os dois estão entre os jogadores com o maior número de finalizações certas até aqui. Neymar fez um gol, Coutinho, dois.
O desempenho dos dois ajuda a colocar a seleção como a que mais finalizou no gol adversário até aqui, entre as equipes que passaram de fase.
Também está entre as que mais trocam passes certos perto da área rival.
Na defesa, o jogo contra a Sérvia pode ter trazido alguns sustos, mas a seleção segue como uma das equipes que menos levaram chutes à sua meta até aqui (foram apenas 19, melhor desempenho, ao lado do Uruguai).
O Brasil ganhou 74% dos confrontos na defesa, melhor indicador dos times já classificados. Atrás vêm Rússia (71%) e Uruguai e França (69% cada um).
Em resumo: a defesa parece sólida até aqui, dando base para que o ataque também deslanche. Neymar e Coutinho parecem já estar nesse caminho. Faltam outros dois.
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