Esporte

Confederação recorre a verba do governo para salvar Mundial de canoagem

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Divulgação
Entidade espera receber R$ 1,3 milhão em socorro financeiro de ministério  |   Bnews - Divulgação Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Divulgação

Publicado em 13/09/2018, às 06h55   Folhapress


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Um dos espaços esportivos previstos como legado olímpico dos Jogos Rio-2016, o Estádio de Canoagem Slalom de Deodoro deverá receber a partir do dia 25 de setembro o Campeonato Mundial da modalidade.

A duas semanas do evento, porém, a CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) ainda espera receber cerca de R$ 1,3 milhão em socorro financeiro do governo federal.

Procurado pela reportagem, o Ministério do Esporte disse que o repasse está em análise e ainda não foi realizado.

Sem poder contar com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é um de seus principais patrocinadores, a entidade precisou recorrer ao Ministério do Esporte para não protagonizar um vexame internacional e cancelar a competição.

Para assegurar a realização do torneio, um termo de cooperação foi firmado entre a CBCa, que trata o repasse como certo, e o ministério.

"Felizmente, o ministro Leandro Cruz atendeu ao nosso pedido, e o Mundial vai acontecer normalmente. Ficaria muito ruim para a imagem do Brasil se o evento fosse cancelado", disse João Tomasini, presidente da confederação.

"Adaptamos o Mundial à realidade que o ministério podia nos ajudar. Será o suficiente para fazer um excelente campeonato. Tiramos a 'perfumaria'. Será um Mundial simples, mas com toda a parte técnica redonda, que é o mais importante", disse o dirigente.

O custo total do evento ficará em pouco mais de R$ 1,8 milhão, R$ 200 mil a menos do que estava previsto anteriormente pela confederação.

Para fechar a conta, a entidade também contou com uma ajuda do COB (Comitê Olímpico do Brasil), de R$ 160 mil, e da ICF (Federação Internacional de Canoagem), que bancará os custos da geração de imagens para televisão, cerca de R$ 200 mil.

Segundo Tomasini, o sinal verde da pasta saiu em julho. "O ministro já havia sinalizado que, após montarmos o projeto do Mundial, eles iriam apoiar o campeonato", disse o dirigente, que aguarda a publicação do termo de cooperação no Diário Oficial para receber o dinheiro.

No início do ano, o risco de cancelamento do Mundial aumentou com a negativa do BNDES em liberar a verba para a realização do torneio.

"A questão do BNDES tem a ver também com o ano eleitoral, corte de recursos em publicidade, etc. Estamos buscando patrocínio para o Mundial desde março, mas já trabalhava com um plano B desde 2017", disse Tomasini .

Foi graças a um investimento de R$ 118 milhões do governo federal, via Ministério do Esporte, que o Estádio Olímpico de Canoagem Slalom foi construído para a Olimpíada Rio-2016. O equipamento, inaugurado em novembro de 2015, chegou a ser usado como opção de lazer para a população da região antes dos Jogos.

O local passou quase todo o ano passado fechado, quando inclusive a água do lago artificial do complexo chegou a ficar esverdeada, por falta de tratamento.

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