Dá gosto ver a forma corajosa como este técnico do Vitória encara o futebol. Em lugar de Ney Franco, deveria acrescentar outro sobrenome de 'Coragem'. Não teme nenhum adversário, pode até ser questionado antes dos jogos, mas, no fim, mostra que está com a razão.
Sua ação corajosa, não apenas tem dado muita visibilidade ao Leão entre os melhores times do Brasileiro, como também tem revelado jovens talentos, que são colocados em campo, devidamente preparados para brilhar. Foi assim com Luiz Gustavo, tem sido com o 'Pica-pau' Willian Henrique e, neste jogo contra o Botafogo, com o apoiador Marcelo, que entrou e mostrou futebol de gente grande, marcando, mordendo, jogando com muita personalidade.
Sobre o 'Pica-pau', carinhosamente assim denominado pela torcida, devido ao corte de cabelo, parece negócio de vidência. Leva o menino para o banco de reservas e o solta em campo justamente na hora fatal, que o time mais precisa de sangue novo e bom para decidir o jogo.
É claro que Ney não vai ganhar todas, nem deve ser campeão nacional, porque o Cruzeiro já está muito bem encaminhado e o Grêmio é o seu maior perseguidor, mas ninguém pode mais duvidar do que o Vitória possa fazer sob o comando de Ney, que acredita no grupo, que não precisa ser autoritário nem desesperado para uma orientação segura, eficiente e equilibrada.
Este jogo com o Botafogo foi o maior de todos os testes até agora. O time de Seedorf entrou com ligeiro favoritismo, porque sua campanha é muito boa, mas o de Ney jogou de cabeça erguida, buscando o gol, conscientemente bem distribuído em campo – e foi quem teve as melhores chances ao longo do bom espetáculo do Barradão.
Quase todos os rubro-negros jogaram bem, mas destaques para os garotos Marcelo e Willian Henrique e para os já rodados Juan, Dinei, Escudero e Cáceres. Também é importante ressaltar que a zaga já tem um jogo mais dosado.
Para fazer justiça, também o Bahia fez um bom jogo no Rio, contra o Flamengo, só perdendo por 2x1 no detalhe. O resultado mais correto daquele jogo teria sido o empate.
Bahia e Vitória, agora, voltam a pegar novas pedreiras, porque não há a menor dúvida de que o São Paulo, mesmo em má fase e jogando em Salvador, é perigoso para o time de Cristóvão Borges. E a Portuguesa, que o Vitória vai encarar no Canindé, está em franca ascensão.
