Esporte

Base do Vitória respondeu, e em um momento importante

Publicado em 15/03/2016, às 08h12   Tarso Duarte*


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Naquele que foi o primeiro teste real para um time que vai disputar a Série A nesta temporada, o Vitória enfim mostrou que pode evoluir antes mesmo da equipe comandada por Vágner Mancini ganhar os tão esperados reforços.
Em um BaVi que o rival Bahia era apontado como favorito, o rubro-negro conseguiu equilibrar as ações no primeiro tempo, e soube aproveitar a vantagem conseguida logo no início do segundo tempo. Controlou e venceu com propriedade, na casa do adversário, contando com atuações excelentes de dois garotos revelados na base.
Aquela que era a maior preocupação para o clássico virou a principal arma do time. Caíque, 19 anos, substituía o experiente Fernando Miguel e fazia sua estreia na categoria profissional.
O garoto mostrou uma personalidade que é comum dentre os grandes goleiros.
Além de fechar o gol, com direito a uma defesa incrível em cabeçada de Luisinho, a queima-roupa, o jovem foi além. Organizou a defesa, mostrou qualidade na saída de bola com rapidez, enfim, ‘encheu as medidas’.
Ponto para Vágner Mancini, que conversou com o jovem ainda na terça-feira (08), cinco dias antes do clássico. Caíque estava preparado psicologicamente, foi o melhor jogador em campo e deixou para trás a preocupação que os rubro-negros tinham desde a saída de Gatito Fernández.
E o que falar de José Welison? Apontado na base como grande revelação, viveu altos e baixos no início como profissional. Teve chances com todos os treinadores que passaram pelo Barradão, mas nunca conseguiu convencer a torcida.
Foi um monstro no BaVi. O time não tinha Maicon Silva, e a escolha mais óbvia seria deslocar Diego Renan para a direita e entrar com Euller na esquerda. Welison anulou Edigar Junio, deu tranquilidade ao jovem zagueiro Vinícius e de quebra ainda deu qualidade na saída de bola.
Em um momento que a necessidade de contratações é evidente, os atletas da base deram uma resposta no BaVi, onde quem se destaca geralmente não é um jogador qualquer. Caíque e Welison devem ser peças válidas no elenco que vai disputar a Série A.
Não é o momento de esquecer as apresentações quase ridículas antes do clássico. Mas o triunfo em um BaVi que bateu de frente com o rival, fez o gol e impôs o ritmo de jogo no decorrer do encontro, é um fator de motivação e tanto para a equipe comandada por Mancini.
Os investimentos para que o time seja de fato respeitado quando for encarar os grandes da Série A enfim também começam a aparecer. Apenas Dagoberto já é uma grande contratação, que coloca a equipe em outro patamar. A ousadia no momento correto é o que falta a essa política de ‘pés-no-chão’ implantada no Barradão. A chegada de ‘Dagol’ e a briga real para trazer Kieza podem ser sinais de que 2016 pode ter um Vitória deixando para trás dois anos de poucas esperanças, com jogadores que chegavam a dar raiva de ver em campo.
As contratações de jogadores com experiência e qualidade podem fazer muito bem também para aqueles que vieram da base, que jogarão com menos pressão.
Mais uma vez na Série A, o Vitória tem a chance de mudar de patamar. Vamos esperar que os dirigentes também percebam o bem que podem fazer para o clube que dizem amar.
Em tempo
Como oscila esse Vander! Decisivo em clássicos, autor de gols importantes como na Série B do ano passado, mas com outras tantas atuações pesadamente criticadas, com razão, pela torcida rubro-negra.
O gol que marcou contra o Bahia pode ter sido o ponto de partida para que o time ganhe confiança, depois de fracas atuações no começo do Campeonato Baiano. A temporada teve início com péssimas expectativas, mas assim como aconteceu em 2015, o final da história pode ser feliz.
*Tarso Duarte é repórter dos Galáticos Online

Classificação Indicativa: Livre

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