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Conheça os detalhes da sentença que deverá tirar MGF do Bahia

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Processo tem dez páginas e traz denúncias contra presidente tricolor  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/05/2013, às 15h33   Alessandro Isabel (Twitter @alesandroisabel)


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A apreciação de um documento com dez páginas, registrado no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, é aguardado com ansiedade pela torcida do Bahia. O processo de autoria de Jorge Antônio de Cerqueira Maia, assinado pelo advogado Pedro Barachisio Lisboa, e acatado pelo juiz Paulo Albiani, da 28ª Vara Cível, solicita a anulação da eleição que reelegeu Marcelo Guimarães Filho para presidir o Esporte Clube Bahia por mais um mandato de três anos.

Para entender a ação judicial que voltou à tona este mês, é preciso fazer uma viagem ao passado e desembarcar em dezembro de 2011, mês em que a diretoria do Bahia convocava seus sócios para comparecer a extinta sede de praia para as eleições que escolheria a administração do clube. À poca, Jorge Maia, membro eletivo do Conselho Deliberativo, alega ter sido excluído – junto com outros 57 sócios – da lista de componentes e foi impedido de votar.

“Eles divulgaram uma nova lista de conselheiros, diferente da eleita em janeiro de 2009, onde constava a minha exclusão do Conselho Deliberativo sem nenhum embasamento. Não recebi nenhum comunicado informando o meu desligamento e fui substituído por pessoas que jamais figuraram em lista de suplente”, afirmou Maia para a reportagem do Bocão News.

De acordo com informações do processo “os excluídos (sócios) eram integrantes de um movimento de oposição à atual direção; o senhor Marcelo Guimarães Filho seria candidato a reeleição, deste modo, o colégio eleitoral garantiria a sua vitória; foram praticadas diversas irregularidades pela diretoria para garantir o controle dos órgãos da administração do clube e que a eleição em foco constituiria em uma farsa”.

Com as provas apresentadas no documento a ação foi analisada e sentenciada favorável para Maia. A sentença data de 13 de março de 2012 anulou a eleição de Marcelo Guimarães Filho e o gestor foi destituído da presidência do clube. “Foi um momento único. Achamos que seria o primeiro passo para o Bahia voltar a ser da torcida e deixar de ser parte de um grupo. Mas a alegria durou pouco”, disse Maia.


Três dias após o juiz Paulo Albiani anular a eleição, o desembargador Gesivaldo Brito, do Tribunal de Justiça da Bahia, concedeu um efeito suspensivo e por meio de uma liminar Marcelo Guimarães Filho retornou ao posto de presidente do Bahia. “Não conseguimos entender a decisão. Com tantas provas contrárias ele ainda conseguiu essa decisão favorável”, lamentou Maia que permanece com o processo em andamento. “Desde então ele é presidente por meio de uma liminar. A qualquer momento ela pode cair e o Bahia deverá ter um interventor”.

Retornando para 2013. No último dia 30 de abril o processo voltou a ser movimentado. O desembargador Gesivaldo Brito, que deu parecer favorável para o presidente do Bahia, deixou de responder pela ação e a desembargadora Maria do Socorro passou a ser a nova relatora do processo. Em seu parecer, Brito julgou ser suspeito por motivo íntimo e se afastou do processo. O destino do futuro do Bahia segue na mesa da desembargadora.

Consultado pelo Bocão News, um advogado – que preferiu não ter a identidade revelada – analisou o processo e garantiu que as chances de MGF ser mais uma vez destituído da presidência são grandes. “De posse dessas provas, o Sr. Jorge Maia tem totais chances de ter a sentença acatada. Isso depende apenas da Justiça e pela importância da matéria deverá sair uma decisão em breve”, afirma o magistrado sem precisar uma data.

Enquanto nada é oficializado, informações extraoficiais já circulam dando a certeza do advogado Francisco Magalhães, um dos donos do escritório de advocacia MMC & Zarif, como o possível interventor do Esporte Clube Bahia. Magalhães, é torcedor do clube e sócio do marido da desembargadora Silvia Zarif, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia. O magistrado possui experiência na área de reestruturação de empresas e foi o único advogado do Norte/Nordeste a aparecer no Anuário de advocacia da revista de negócios Análise, em 2012.

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