Olimpíadas

'Dói. Caramba, dói muito', diz Gabriela Chibana, emocionada, após eliminação no judô

Julio Cesar Guimaraes / Cob
Bnews - Divulgação Julio Cesar Guimaraes / Cob

Publicado em 24/07/2021, às 06h15   Folhapress



Com as mãos cruzadas, trêmulas de nervosismo e frustração, a judoca Gabriela Chibana chorou após sua eliminação das Olimpíadas. Ela foi derrotada na segunda rodada da categoria até 48 kg por Distria Krasniqi. A lutadora do Kosovo é a líder do ranking mundial.

"Dói. Caramba, dói muito", disse a brasileira, com os olhos marejados e tentando controlar a emoção.

"Por enquanto, o que tenho é o sentimento de dor. Não sei se isso vai se reverter com o tempo. É uma vida para ter esse sonho [de estar na Olimpíada]. Estou chateada pelo meu país", completou.

Ela havia obtido uma vitória relâmpago na primeira rodada. Depois de apenas 14 segundos de combate, aplicou um ippon, o golpe decisivo do judô, em Harriet Bonface, do Malawi. O mesmo movimento que a derrotaria na rodada seguinte.

O sorteio das chaves não foi bom para a brasileira por colocá-la no caminho de uma das favoritas à medalha de ouro.

"Ela [Krasniqi] tem um judô de muita força. Eu poderia ter me movimentado melhor, mas são coisas da luta. Ela estava insistindo, e eu bobeei."

Sergio Perez/Reuters    
A brasileira Gabriela Chibana após derrota para Distria Kransiqi em Tóquio
A brasileira Gabriela Chibana após derrota para Distria Kransiqi em Tóquio
Aos 27 anos, Gabriela tem no mínimo mais um ciclo olímpico pela frente. Quando chegarem as Olimpíadas de Paris, em 2024, a judoca terá 30. Formada em enfermagem, ela não fala sobre os planos futuros. Mas considera que sua participação em Tóquio e especialmente no Nippon Budokan, ginásio considerado templo da modalidade, fecha um ciclo em sua vida.

"Acho que quero levar desde o começo até aqui tudo o que vivi. Tive a oportunidade de fazer um esporte lindo, onde moldei meu caráter, minha personalidade, forjei quem eu sou. Sou grata por todas as conquistas e derrotas, por tudo o que o judô me proporcionou até hoje. Isso tudo fecha um tempo com o que aprendi no judô", analisa.

Fora da lista de atletas do país que vão disputar a competição por equipes, Gabriela Chibana, a menina que nos Jogos de Londres-2012 entrou escondida na Vila Olímpica como sparring de Sarah Menezes, terá de embarcar de volta ao Brasil.

"É chato ter de voltar", finaliza.

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