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Ceni vibra após goleada e permanência do Bahia na Série A: "90 minutos que valeram um ano"

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Técnico tricolor falou sobre a partida histórica do Bahia na noite da quarta-feira  |   Bnews - Divulgação BNews/Rafael Abbehusen
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 07/12/2023, às 06h56 - Atualizado às 07h00


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O Bahia goleou o Atlético-MG por 4 a 1, na noite da quarta-feira (6), na Fonte Nova, e se livrou do fantasma do rebaixamento na última rodada da Série A. Após a partida histórica, o técnico Rogério Ceni concedeu entrevista coletiva e vibrou muito com o resultado.

“Eu acho que o Bahia tem aquela mística do, fim né?! Do eterno gol de Raudinei, né?! Acho que isso fez parte de nossa essência. Foram 90 minutos que valeram um ano. No dia que eu cheguei aqui eu falei que o Bahia vai surpreender muita gente em poucos anos. Seria um regresso muito grande voltar para a Série B. Perderíamos dois anos. Mas sobrevivemos ao ano zero. Não podemos desistir nunca, isso é uma coisa que eu levo”, comemorou o treinador.

  “Outra coisa é que temos que nos preparar melhor para não repetir isso. Quero agradecer também dois caras que quase não falam, que são o Raul e o Cadu. São caras que sempre me trataram bem. Na derrota contra o Coritiba e na derrota para o América, sempre me trataram igual. Nunca mudaram o jeito de ser. Eu sei, pelas diretrizes do grupo, que o Cadu fala muito pouco. São caras do bem, corretos, e tenho certeza que vão fazer o Bahia crescer”, completou Ceni.

O técnico tricolor ainda falou sobre a desconfiança em um desfecho feliz na competição. Ceni confessou ter ficado abalado após a derrota para o América-MG.

“Quando me chamaram eu tinha 16 jogos. Olhei a tabela, vi o elenco, e fiz as contas que dava para chegar nos 43 pontos. Nas minhas contas, contra São Paulo e América seriam quatro pontos. Ficou então tudo para o último dia. Eu estava bem cabisbaixo. Até os atletas falaram comigo. Eu também sou humano. É natural depois de uma derrota. Mas conseguimos reagir e fazer uma vitória contra a melhor equipe do segundo turno. Não vamos esquecer do que erramos, que é importante, mas vamos valorizar os acertos. Quero falar do público também. Hoje não batemos 30 mil, né?! Foram 27, mas com uma energia incrível. Em nenhum momento houve uma vaia. Foram caras que vieram o jogo, parecia que tinha 45 mil. Mantiveram o Bahia lá no topo. Foram parte muito grande em todos os jogos”, concluiu.

Confira outros trechos da entrevista

Análise da partida
"Sobre o jogo, perdemos o Yago por um problema, uma apendicite, precisou passar por cirurgia. Aí tivemos que fazer uma alteração. Sabia que iríamos sofrer porque o Atlético é um time de qualidade. Acho que a gente povoou bastante o meio, fez uma partida segura, compacta. Cedemos o gol de empate, mas foi uma partida segura. Criamos muitas oportunidades, com foi contra o América, o Atlhetico e outros jogos. Seria um peso muito grande ir para a Série B com o Bahia. Infelizmente foi com muito sofrimento, deveria ter sido antes, mas conseguimos. Parabéns aos jogadores pela entrega e por não desistir nunca."

Filosofia do Grupo City
"Tem muito cantor de sertanejo que adora rock, mas ele canta sertanejo porque é o que vende. Então tem o que eu gosto e o que é necessário. Tenho que viver pelo que é necessário. Ano que vem vamos ter um pouco mais de tempo, aí vamos tentar construir coisas diferentes. Falei que ia simplificar. Eu adoro, joguei nessa posição, gosto de construir com passes curtos, mas é preciso estar com confiança para isso. Vamos ter tempo para fazer uma pré-temporada, gastar um ou dois jogos do Baiano com um time sub-20 se for necessário. O único objetivo é focar no Brasileiro do ano que vem. A Copa do Brasil é legal, traz emoção, valor financeiro, mas só um ganha. No Brasileiro você tem um campeão, times na Libertadores, times felizes pela pré-Libertadores, e uma competição internacional muito legal que a Sul-Americana, que esse não conseguimos. Na próxima temporada vamos buscar essa vaga. Nos próximos dias vamos conversar sobre planejamento para tentar não cometer os mesmos erros e ter um time competitivo, com jogadores mais pontuais."

Erros para não repetir e ideias para o futuro
"Eu carrego sempre comigo uma história que deram de que eu não trabalho bem com o grupo. Isso é difícil, porque vira uma muleta fácil para quando algo der errado, repetirem essa frase. O que eu posso fazer? Dos que ficarem, treinar bastante para fazer o que eu gosto, o que eu quero, para chegar no Brasileiro bem. Beraldo ficou um ano comigo no São Paulo. Treinamos com ele um ano para ele chegar bem. Vamos desenvolver jogadores, seja Vitor Hugo, Kanu, Marcos Victor. Para que a gente possa ter mais domínio, posse de bola, ter um pouco mais de controle. O jogo é muito mais prazeroso quando a bola é sua. A gente toma gols no final do jogo porque chega mais cansado. Vamos tentar melhorar quem aqui está, e fazer boas escolhas, se o Grupo (City) assim permitir."

Oração no jogo
"Eu perguntei quanto que estava o jogo, e o Charles fez “2 a 1” para mim. Eu já sabia do Vasco, pensei que fosse o outro. Aí ele falou que era o Vasco. Fiquei pensando apenas no Santos. Até que me falaram do segundo gol do Fortaleza. Foram os momentos mais difíceis. Os cinco minutos mais longos do Campeonato."

O que o torcedor pode esperar para 2024?
"Que a gente não faça eles passarem por esse aperto outra vez. Que a gente encontro fórmulas para que eles tenham mais alegrias, comemorem mais triunfos. Não é difícil só para eles. Para mim também. Tem muita gente que espera o fracasso para bater em você. Já que não veio, vamos nos preparar melhor para ano que vem."

Classificação Indicativa: Livre

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