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Resultado de jogo do Campeonato Gaúcho foi impactado por aposta; entenda

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Operação Penalidade Máxima tem colocado em evidência o escândalo das apostas esportivas  |   Bnews - Divulgação Reprodução
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 18/05/2023, às 08h32


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Uma aposta esportiva feita pelo bando suspeito de manipular resultados do futebol brasileiro impactou diretamente no resultado de um jogo do Campeonato Gaúcho. É o que mostram as conversas deflagradas pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, no celular de Bruno Lopez, o “BL”, apontado como chefe da quadrilha.

De acordo com o diálogo vazado, os apostadores tinham firmado um esquema para que o atacante Jarro Pedroso, do São Luiz, cometesse um pênalti ainda no primeiro tempo do jogo contra o Caxias, em 12 de fevereiro deste ano. Jarro cumpriu com a missão e aos 15 minutos, quando seu time vencia por 1 a 0, ele empurrou um adversário dentro da área. O juiz marcou a penalidade, convertida por Jean Dias, que abriu o caminho para que o Caxias vencesse por 3 a 1.

Jarro foi um dos quatro jogadores que fizeram um acordo com o MP-GO, admitiram os crimes e não foram denunciados. Os investigadores conseguiram comprovar que ele recebeu um depósito de R$ 30 mil de Camila Silva da Motta, mulher de Bruno Lopez, na véspera do jogo.

Segundo as investigações, os contatos entre a quadrilha e Jarro começaram no dia 10. Numa ligação por vídeo, BL explicou o esquema ao jogador. Em seguida, o líder da quadrilha compartilhou, animado, o resultado da reunião com os comparsas:

“Aí ó, jogador fechado, só mandar o PIX, tá ligado? Fiz o possível aqui, tá ligado? Era 100 mil, ele queria 50 antes, 50 depois, fiz o possível aqui e consegui 40 e 60 depois, esse Jarro aí ó. Puxei Instagram antes tudo né, pra ver se era jogador memo... Muleque mil grau, muleque loucão! (...) Deu pra ver que é maloca, tá ligado?”.

Nas conversas, é possível ver o grupo comemorando o pênalti cometido por Jarro. Bruno compartilhou no grupo de apostadores uma imagem do momento em que o atacante do São Luiz vai no corpo do adversário numa dividida dentro da área.

“Comemora aí papito, a próxima a gente vai comemorar junto em Cancun”, escreveu Ícaro Fernando Calixto dos Santos, outro apostador.

O atacante joga agora pelo Inter de Santa Maria e não está entre os atletas suspensos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

São Luiz e Caxias é o segundo jogo identificado pelo MP-GO que teve o resultado influenciado por apostas ilegais. O outro foi Goiás x Goiânia, também em 12 de fevereiro, pelo Campeonato Goiano. Mensagens obtidas pelos investigadores mostram que os apostadores tinham um acordo com atletas do Goiânia para que a equipe terminasse o primeiro tempo derrotada, o que aconteceu.

Classificação Indicativa: Livre

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