VÍDEO: Atleta brasileiro é alvo de ataques homofóbicos durante partida e recebe apoio de famosos: "saca na bicha"

A quadra de vôlei de praia, em Recife, virou palco de ataques homofóbicos contra um atleta brasileiro, durante uma partida da segunda etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia. Anderson Melo foi alvo de gritos preconceitusoso, na última quinta-feira (14), e decidiu relatar o ocorrido neste sábado (16).

Em seu perfil oficial do Instagram, o jogador, que é natural do Rio de Janeiro, compartilhou um longo desabafo e imagens que mostram as falas de alguns torcedores. “É mulher ou não é?”, “saca na bicha” e “usa calcinha ou não usa?” foram alguns dos gritos que foram ouvidos pelo atleta, que faz dupla com o goiano Lyan, e também nos vídeos divulgados.

Crime sexual

Adolescente de 17 anos é apreendido suspeito de estuprar criança de 13

ELEIÇÕES 2024

MDB comenta representação movida por partido da base de Bruno Reis após propaganda de Geraldo Jr

Na legenda, Anderson ainda justificou o motivo de ter demorado a se pronunciar sobre o assunto. “Demorei a escrever porque eu precisava digerir o que aconteceu naquela quadra, no ambiente que mais amo estar sofri ataques homofóbicos continuadamente e pela primeira vez na vida não consegui reagir. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo e eu só lembrava da minha mãe, o quanto ela tinha medo de me ver sofrer por ser homossexual”, escreveu.

Nos comentários, diversos famosos prestaram apoio ao atleta. "Que sejam punidos. Sinta-se abraçado", comentou Anitta. "Sinto muito muito mesmo Anderson! Conte comigo e conte conosco! Você não está sozinho! Falamos mais no privado e agiremos juntos", postou a ministra Anielle Franco. "Que absurdo!!!!!! Que sejam punidos!!!!!!!", disse a jornalista Fernanda Gentil.

O jogador registrou um boletim de ocorrência após a partida, mas os autores dos ataques ainda não foi identificado. “Eu tenho muito orgulho de ser quem eu sou, do jeito que sou e assim como eu todos tem o direito de serem respeitados. Faço um apelo para que este assunto não fique em vão, faço um apelo para as autoridades locais, a CBV, aos meus fãs e amigos para que isso não se repita com mais ninguém”, disse.

Ainda nos comentários da publicação, o Banco do Brasil, principal patrocinador do vôlei brasileiro, também se manifestou. "Apoiamos o esporte por acreditar nele como um espaço de respeito e dignidade entre as pessoas, e repudiamos qualquer atitude que vá em direção oposta a essa. Sentimos muito pelo ocorrido, Anderson! Estaremos com você nessa luta!".

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) repudiou os ataques e garantiu que vai reportar o caso ao Ministério Público de Pernambuco (MP-PE). Em nota, a confederação ainda se prontificou a prestar auxílio ao atleta.

Leia a íntegra da nota
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) lamenta e repudia veementemente os ataques homofóbicos ao atleta Anderson Melo, feitos na quinta-feira por pessoas que assistiam aos jogos da segunda etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em Recife.

A CBV apurou os fatos, reviu as imagens da partida, conversou com a arbitragem e reuniu todas as informações necessárias para, neste sábado, protocolar um boletim de ocorrência em uma delegacia de Recife. O caso também será encaminhado ao Ministério Público local e a CBV acompanhará todos os desdobramentos.

Desde sexta-feira, a mensagem abaixo é veiculada antes de cada partida da quadra central.

“Atenção, torcedores! Racismo, homofobia e outros atos discriminatórios são crime, e não podem fazer parte dos eventos do voleibol brasileiro. Manifestações como as ocorridas nas quadras externas não podem se repetir. Esporte é diversidade, tolerância, respeito e inclusão! E respeito é um dos maiores valores que o esporte ensina! Vamos torcer com paixão! O voleibol por um mundo sem preconceito e discriminação!”

A CBV lamenta que Anderson Melo tenha sofrido essa violência e está prestando todo o auxílio ao atleta. A CBV reforça que não admite qualquer tipo de preconceito, entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como respeito, tolerância e igualdade; e agirá sempre para coibir qualquer manifestação discriminatória em seus eventos.