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Fatos & Pitacos: Mulheres jovens optam por trabalhar menos

Acervo Pessoal
Coluna Fatos & Pitacos vai ao ar toda terça-feira no site BNews, por Bruna Varjão  |   Bnews - Divulgação Acervo Pessoal

Publicado em 30/05/2023, às 11h05 - Atualizado às 12h07   Redação


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Mulheres jovens optam por trabalhar menos


Rotina exaustiva, luto mal curado e ausência no acompanhamento do filho (Tatiana Murta / Camila Moura e o filho José)

A qualidade de vida passou a ser prioridade na vida de muitas mulheres. Designer de interiores, Tatiana Murta tem 36 anos e colocou limites em sua atuação profissional. Agora, se dedica ao trabalho 6h por dia, de segunda a quinta-feira, e 4h, às sextas-feiras. Em outra época, já chegou a trabalhar até 14h por dia, incluindo finais de semana, e o excesso de trabalho a levou à Sindrome de Burnout. “Em 2019, estava trabalhando muito, em ascensão profissional, e perdi a minha avó. Não tive um dia de luto, de descanso. Na época, a sensação era de que se eu impusesse algum limite, pararia de crescer”, conta. Paralelo a esse processo, veio também o primeiro filho. “Tive que me adaptar a uma nova rotina e aí veio a pandemia, que mostrou que não estava fazendo a coisa certa. Entendi que precisava de mais qualidade de vida e bem-estar”, conta. Essa é a mesma prioridade de Camila Moura, advogada de 35 anos. Ela trabalha entre 4h e 6h por dia, mas chegou a dar expediente de até 12h. “Trabalhava no jurídico de uma empresa do Polo Industrial de Camaçari. Saía de casa às 6h e voltava às 18h e tinha uma rotina intensa de viagens. Meu marido recebeu uma proposta para trabalhar em São José dos Campos, em São Paulo, e decidi pedir demissão. Cheguei a receber propostas, mas percebi que não queria retomar aquela vida, pois, pela primeira vez, estava acompanhando a rotina do meu filho, levando-o à escola, natação, futebol. Sinto falta do trabalho, em alguns momentos, mas ganho em qualidade de vida”.

Mulheres maduras não querem parar de trabalhar


“É a forma mais eficaz de manter a vitalidade e a jovialidade”

Designer de interiores, Flávia Farjala, 59 anos, considera-se uma amante da vida, da família e do trabalho. Ela é idealizadora da loja de produtos naturais Biovila e se dedica de 8h a 12h por dia ao trabalho, dentre as funções que realiza. Flavia confessa: “Não é fácil. Muitas vezes, as coisas ficam por fazer e aos poucos vou atualizando”. Mas, reforça os aprendizados ao longo dos anos dedicados ao trabalho. “No atual momento da minha vida, aprendi que não é preciso ter tanta pressa nem se cobrar demais. Tudo acontece, basta ter disciplina e boa vontade”, aconselha. E nesse sentido, o apoio do seu parceiro sempre foi fundamental. “A minha rotina exaustiva e de muito trabalho causava angústia nele, mas aos poucos isso foi se naturalizando e acabou sendo algo que ajudou a ventilar a nossa relação, que já caminha para 36 anos de convivência”, afirma, destacando ainda o companheirismo dos dois para a criação dos três filhos. Parar de trabalhar está fora dos planos de Flávia. “O trabalho tem o valor da dignidade e da transformação. Enquanto estou trabalhando, estou transformando a mim e ao mundo, mesmo que em pequena escala. É a forma mais eficaz de manter a vitalidade e a jovialidade”, conclui.

Pré treino: meditar e orar


Acordar, tomar um café e seguir direto para a academia não estava me fazendo bem

Sou do dia, gosto de acordar cedo e aproveitar minhas manhãs ao máximo. Fui aprendendo a construir uma rotina que me proporcione saúde, equilíbrio, mas que também seja prazerosa. Os treinos de musculação, por exemplo, aconteciam às 6h, de segunda à sexta-feira. Mas, acordar às 5h30, tomar um café e seguir direto para a academia não estava me fazendo bem. “A primeira conexão que eu estabelecia ao acordar era com equipamentos de musculação, temperatura gelada e uma trilha sonora que não faz o meu estilo. Retomei, então, um hábito que iniciei na pandemia, a meditação guiada antes do treino. Todos os dias, das 6h às 6h30, medito com @tadashikadomoto. É um momento de conexão, que reforça crenças positivas que me fortalecem e me levam a um estado de fé, segurança, confiança, luz, paz e amor. Nos minutos finais, Tadashi abre espaço para exercícios de respiração e, por fim, uma oração. Tem sido um momento para agradecer e visualizar tomadas de decisão mais assertivas, em casa e no trabalho, tornando o dia mais leve e, ao mesmo tempo, mais produtivo.

Rosana Picon e os benefícios de viajar com amigos


 “São nesses momentos que estamos livres de julgamentos e até de algum tipo de censura”

O ditado diz: quem tem amigos tem tudo. E isso vale para inúmeras situações na vida. Quem já teve a experiência de desfrutar uma viagem ao lado de uma pessoa querida sabe muito bem os benefícios que essa companhia pode trazer. A empresária Rosana Picon, 47 anos, relata muitos momentos divertidos entre ela e os amigos. “No próximo fim de semana, vou participar de uma maratona em Porto Alegre com dois amigos e meu professor de corrida. Outras pessoas também vão com o mesmo objetivo [de participar da maratona], mas eu, meus amigos e professor já organizamos uma programação nossa”. Ela avalia o momento como uma espécie de ‘sessão de terapia’. “São nesses momentos que estamos livres de julgamentos e até de algum tipo de censura”. E se alguém questiona o fato de os amigos serem homens, Rosana ressalta: “Não sofro nenhum tipo de interferência do meu marido. Ele sabe como sou, como me comporto e como me sinto feliz. Ele sempre me apoia bastante”.

Menopausa precoce: sintomas diminuíram naturalmente


 Adriana Oliveira não chegou a fazer reposição hormonal

A brechonista Adriana Oliveira, de 49 anos, apresentou cedo sintomas de menopausa. Ela conta que, aos 45 anos, começou a perceber os sinais. “Me senti diferente por conhecer meu corpo. Tinha certeza que estava na menopausa”, conta, afirmando que o ginecologista confirmou o diagnóstico. Ela lembra que o que a levou à consulta foram os calores insuportáveis na região do pescoço, seguido de suor e frio. “Eu não conseguia dormir, a insônia era minha companheira diária e isso causava muita irritabilidade, nervosismo, fadiga. Fiquei muito ansiosa e sem concentração”, diz. Durante o processo, ela foi acompanhada pelo ginecologista e obstetra Ilmar Cabral. Adriana não chegou a fazer reposição hormonal e os sintomas foram diminuindo naturalmente. “A menopausa não é igual para todas as mulheres, é um assunto muito complexo e interessante. Recém completei 49 anos, já sem esses sintomas que tanto me incomodavam. Sigo vivendo o novo, mas com a certeza de que cuidar da mente também é igualmente importante”.

Classificação Indicativa: Livre

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