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Fatos & Pitacos: a transição de carreira da designer Let Marques

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Coluna Fatos & Pitacos vai ao ar toda terça-feira no site BNews, por Bruna Varjão  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 22/08/2023, às 07h00   Bruna Varjão


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Transição e liberdade de administrar o próprio tempo

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“Hoje, trabalho muito mais do que antes, mas posso fazer meus horários", conta Let

A designer e ceramista Letícia Marques, de 46 anos, passou por um momento transformador ao longo da vida. Ela conta que um dos seus sonhos era se encontrar profissionalmente. “Às vezes, as pessoas trabalham a vida toda e não amam o que fazem. Eu busquei algo que me tocasse. E assumi o risco: podia ser que eu nunca me encontrasse, mas eu segui buscando”. Depois de sete anos trabalhando no marketing da Bahiatursa, Let se mudou para São Paulo, por conta de uma proposta de trabalho que o marido recebeu. Na capital paulista, descobriu a cerâmica, que se tornou uma paixão e a sua fonte de renda, desde então. Além disso, trabalhar por conta própria contribuiu para outros aspectos da vida. “Hoje, trabalho muito mais do que antes, mas posso fazer meus horários. Se eu quero fazer uma viagem, por exemplo, consigo ajustar minha agenda, algo que trabalhos corporativos ou públicos não permitem”.

Mudanças não planejadas que deram certo

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Com a pandemia e incentivo das amigas, começou a trabalhar também com utilitários

A pandemia causou outra mudança na vida de Letícia. Seu marido foi demitido do emprego em São Paulo e o casal precisou voltar a Salvador. Ela conta que, no início, não queria voltar, mas, nesse período, encontrou uma nova oportunidade. “As coisas foram dando certo com essa volta para cá. Durante a pandemia, as pessoas ficaram mais tempo dentro de casa e queriam tornar o ambiente mais agradável”. Let conta que, com o incentivo das amigas, começou a trabalhar também com utilitários: xícaras, travessas, pratos, entre outros. Antes, confeccionava joias em porcelana, muitos modelos banhados a ouro. “No início, fiquei com receio. Sou muito perfeccionista. Mas comecei a fazer utilitários para casa e foi dando certo. Comecei a trazer identidade das joias paras os utilitários de casa e essa foi uma virada de chave. Hoje faço muito mais utilitários do que joias. Desenvolvo objetos personalizados”.


Afetividade no trabalho

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“Sou uma pessoa movida por emoções", declara

Cada peça, cada trabalho, é desenvolvido com muito esmero por Letícia. E para alcançar o resultado que sempre agrada e surpreende os clientes, ela conta que busca colocar afeto no trabalho. “Sou uma pessoa movida por emoções. O meu trabalho sou eu e me realizo através do afeto, principalmente quando recebo depoimentos dos clientes que dizem sentir amor ao receber uma das minhas peças”, conta.

Força e essência

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"Eu me sinto poderosa de estar criando"

Força e essência também fazem parte da assinatura de Let Marques. “Primeiro porque o barro não é nada delicado, preciso de força física. Não tem nada de mimoso. Eu faço um acabamento fino, delicado, mas é um trabalho bruto. E eu também me sinto poderosa de estar criando, de ter essa força de trabalho e ver a peça pronta após várias etapas. Você sente uma força por estar fazendo uma coisa sua, é diferente”.

Puxando a irmã

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Irmã de Let foi auxiliar na área financeira, mas a paixão pela cerâmica floresceu

A irmã, que é formada em Direito e, também, migrou de carreira ao trabalhar com Let, trouxe novas motivações. “Minha irmã é minha melhor amiga, nos complementamos em muitas coisas”, afirma. Embora Let conte que a irmã veio para auxiliar na área financeira, a paixão pela cerâmica floresceu e a complementariedade das duas no trabalho foi ressignificada. “A cerâmica tem duas formas de se fazer: por meio manual e pelo torno. Eu amo a técnica manual e minha irmã passou a se interessar pelo torno. Agora, ela está se aperfeiçoando cada vez mais”.

Sonho X pés no chão

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"Temos que buscar também a sustentabilidade financeira"

Nem sempre é possível viver um período de ócio criativo, por exemplo, para se encontrar profissionalmente. “Eu me encontrei com 40 anos de idade, mais velha, e pude bancar a minha transição com tranquilidade”, diz. Ela afirma que é preciso dosar o sonho com os pés no chão. “Não se pode apenas viver no mundo das ideias, afinal, temos que buscar também a sustentabilidade financeira. Para Let, é preciso ter clareza nos objetivos para saber onde se quer chegar. “A atividade que escolhi é um hobby ou uma fonte de renda?”, provoca. “É preciso saber se quer parar de trabalhar para viver um hobby ou se, de fato, quer migrar de carreira e encarar a atividade escolhida como trabalho”, acrescenta a designer e ceramista. Let ainda compartilha uma das lições de quem empreende: é preciso saber lidar com inconstâncias e assumir riscos calculados. “Quem empreende sabe: tem mês que é melhor, tem mês que é pior. E é preciso saber viver sem um salário fixo, certo, no final do mês”, afirma.

Classificação Indicativa: Livre

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