Em campanha salarial, os servidores muncipais pararam suas atividades por 24 horas nesta terça-feira (17) num alerta para a prefeitura de Salvador. Eles sentaram no início da tarde com representantes da administração para uma rodada de negociação com o objetivo de evitar a greve por tempio indeterminado. Os dirigentes municipais ressaltaram o interesse de manter aberta a negociação, mas avisaram que o momento é de dificuldade para os cofres municipais.
A prefeitura teve que reduzir suas despesas em cerca de R$600 milhões este ano e vem promovendo uma série de medidas de contenção, como gastos com terceirizados e adoção do “turnão”, num esforço para evitar que déficit no exercício. No que diz respeito ao reajuste pleiteado pelos servidores, aos representantes da prefeitura alertaram sobre a necessidade de obedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que limita o comprometimento da receita corrente líquida com o pagamento de pessoal. Nos últimos seis anos, segundo dados da prefeitura, a folha com pessoal pulou de R$ 32 milhões, em janeiro de 2005, para R$ 90 milhões neste mês de maio.
Com base nos dados da Secretaria de Planejamento, Tecnologia e Gestão (Seplag), os servidores municipais tiveram um reajuste médio, incluindo elevação nas gratificações de competência, de 47,42% nos últimos seis anos, diante de uma inflação acumulada de 26,67% pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC/SEI). Em alguns casos, como professores, o reajuste foi ainda maior, ficando em 56,6% (67,22% com o reajuste autorizado este mês).
Com relação aos servidores da saúde, o aumento foi de R$5,5 milhões com a adoção do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) da categoria implantado no início deste ano.
Além do aumento salarial real de no mínimo 20,75%, a Prefeitura criou ou melhorou nos últimos anos 30 tipos de gratificações, beneficiando diversas categorias e garantindo aumento de remuneração para funções específicas, como motociclistas e guardas municipais.
