São João está chegando e desde segunda-feira (20) o fluxo de pessoas aumentou nos principais terminais de saída de Salvador, para o interior baiano. Pela Rodoviária ou pelo Ferry-boat, muitos querem curtir a festa fora da capital. Mesmo com os problemas com os ferries, boa parte vai mesmo fazer a travessia. Na rodoviária, não é diferante, pois a reclamação é a infraestrutura do antigo terminal que, apenas ontem (segunda), até as 19h, a Agerba (Agência Estadual de Regulação de Transportes) confirmou 1.700 horários extras de ônibus intermunicipais.
"Moro na Itália e estou há dois anos longe do Brasil. Adoro São João e escolhi matar a saudade da
minha família em Itaberaba (Bahia)", conta Alessandra Almeida.
Também veio de longe Edelvita Santos da Silva, que vive na Dinamarca há 28 anos. "Este é o segundo ano que escolho vir nesse período para a Bahia. Vou curtir o São João em Guanambi, mas nasci em Palmas de Monte Alto", explica.
Infraestrutura - Para Edelvita, o Terminal Rodoviário de Salvador melhorou em relação a anos atrás. "Olhá, parece que houve uma melhora infraestrutura, mas ainda acho que o terminal continua pequeno para atender ao fluxo de pessoas, principalmente, na época das festas baianas", comenta.
Alessandra também acrescenta a falta de bancos suficientes na parte externa de embarque. "Ainda é dia 20 e já não tem lugar para sentar-se. Imagine nos dias seguintes mais próximos do São João", avalia a baiana natural de Itaberaba.
De acordo com a Agerba a previsão é que de cerca de 267 mil pessoas deixarão a capital nesse período. A estimativa de 2.500 horários extras de embarque. Ainda assim, quem deseja sair de Salvador pela rodoviária está sentindo dificuldade de encontrar passagens.
"Quero curtir o São João em Senhor do Bonfim, mas esta é a segunda tentativa de encontrar passagem para o dia 23. Primeiro tentei a empresa São Luiz e não tive sucesso. Agora a viação São Geraldo já esgotou", preocupa-se Lanilton Alves Gomes, 22.
Segundo a Agerba, os destinos mais procurados são as cidades de Cruz das Almas, Amargosa, Santo Antônio de Jesus, Senhor do Bonfim, Piritiba e todo o extremo sul baiano (Itabuna, Ilhéus, Porto Seguro etc). Também é bastante procurado parte do Litoral Norte, a Chapada Diamantina e todo o Recôncavo Baiano.
As equipes de fiscalização do órgão estarão trabalhando em regime de plantão no período junino. As reclamações poderão ser feitas nos postos da Agerba ou pelo telefone 0800 71 0080, das 7h às 18h (nos dias da semana).
Ferry e lancha - O medo de enfrentar engarrafamento e acidentes nas estradas, no São João, está sendo a principal motivação para algumas pessoas adotarem o ferry para sair de Salvador. Assim pensou Luiz Antônio Soarez. "Tenho medo dos acidentes na estrada. Sei que nas festas juninas eles aumentam", explica.
Luiz, no entanto, ressalta: em se tratanto do ferry, é preciso levar muita paciência na bagagem e estar com o estomâgo cheio para possíveis longas esperas.
"Mesmo quando não é período de festas, acontece de ferry quebrar e ter que esperar longas horas. Já aconteceu comigo e com certeza com várias outras pessoas esse tipo de experiência ruim", conta Luiz que viajará para Itapetinga, mas ainda não encontrou passagens disponíveis para o dia 23.
A TWB, empresa responsável pelos serviços de ferry-boat em Salvador, divulgou que estarão disponíveis cinco ferries que funcionarão em horários extras. No período entre o dia 21 ao 28 de junho, no entanto, não será realizada travessia de caminhão e ônibus para priorizar apenas os veículos de passeio.
"Esse número de ferries não é suficiente para atender o fluxo de pessoas nesse período. Já estou me preparando para o movimento caótico a partir do dia 22", reclama Leandro Procopio, na fila para tentar passagens no dia 23, para o famoso São João de Ibicuí.
Para a travessia Salvador/Mar Grande, também estarão funcionando 13 lanchas e 1 catamarã com embarque imediato, de 6h30 às 19h30,. A capacidade é no mínimo de 121 pessoas e no máximo 300, com saída estimada para a cada 10 minutos.
Para Carlos Santana, 32, o sistema é muito caótico. "As filas vão parar no meio da rua. Não há lugares para se sentar e o ambiente é sujo, não tem higiene, nem nos banheiros", desabafa o morador de Mar Grande que faz a travessia de lancha diariamente.
Fotos: Roberto Viana
