Depois de realizarem na tarde desta terça-feira (21) mais um apitaço em protesto a falta de reajuste salarial, que parou a Avenida Tancredo Neves, coração financeiro de Salvador, funcionários do jornal A Tarde se preparam para mais uma tentativa de negociação que acontece nesta quarta-feira (22), com a intermediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, às 10 horas, na sede do órgão.
Essa é a primeira grande reação de funcionários que A Tarde enfrenta em toda a sua história. Jornalistas, gráficos e pessoal da administração se uniram para reivindicar reajuste salarial. Os funcionários iniciaram a mobilização com proposta de aumento de 12%. A empresa,por sua vez, alegando dificuldades financeiras, não ofereceu nenhum percentual.
Representados pelos sindicatos das categorias, os funcionários acenaram em direção a um acordo com base no INPC oficial, de 6,3%. A direção de A Tarde manteve-se na mesma posição e não arredou o pé de zero por cento de aumento, empurrando os fuincionários para a mobilização que foi iniciada com o estado de greve, com paradas regulares de 30 minutos, apitaços e o protesto ganhando as ruas em frente à sede do quase centenário jornal que atravessa a pior crise dos seus quase 100 anos de fundação.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Marjorie Moura, a categoria está disposta a entrar em greve por tempo indeterminado. Segundo ela, em 2010 a direção do jornal também não sinalizou para nenhuma acordo e o aumento de apenas 5% foi conquistado com o dissídio coletivo que, embora não tenha chegado à Justiça, foi fator preponderante para a conquista do aumento.
A expectativa é que, na reunião desta quarta-feira prevaleça o bom senso e a direção de A Tarde sinalize para um entendimento capaz de evitar a paralisação do jornal, que já foi o maior do norte nordeste do país.
Fotos:
Roberto Viana //Bocao News
