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Clandestinos "deitam e rolam" na rodoviária

Imagem Clandestinos "deitam e rolam" na rodoviária
Sem fiscalização, o meio de transporte vira opção para quem quer viajar  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 22/06/2011, às 18h04   Tanara Régis


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Os motoristas que fazem transporte clandestino de passageiros, na região do Terminal Rodoviário de Salvador, nesta véspera de São João, continuam atuando sem serem incomodados pelas autoridades responsáveis pela fiscalização. Na manhã desta quarta-feira (22), a reportagem do Bocão News presenciou a ação dos criminosos dentro da rodoviária.

Os agentes da Agerba questionados pela reportagem afirmaram que a fiscalização deveria ser feita pela Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) e Polícia Militar (PM).

Por volta das 16h, a reportagem voltou à rodoviária e constatou que as vans estavam atuando no posto de combustível ao lado da rodoviária. As informações dão conta de que a PM chegou à estação e coibiu a ação dos clandestinos, que apenas mudaram de lugar.

Já às 18h a equipe presenciou vários deles na região do Hotel Pirâmide, próximo a Madeireira Brotas. Logo adiante, perto da entrada da rodoviária, se encontrava apenas um supervisor da Transalvador, Gilson Gomes.

"Infelizmente o volume de transporte clandestino é muito grande. Não temos como detê-los sozinhos. Durante a tarde conseguimos autuar oito desses veículos na entrada da rodoviária. Mas eles voltam, em locais diferentes", explica Gilson.

Para o supervisor, a ação exige uma operação conjunta entre a Polícia Militar, a Transalvador e a Agerba, além de um número maior de agentes para atender a demanda de fiscalização. "A Agerba pode alegar que em Salvador, por ser território municipal, é apenas responsabilidade da Transalvador. Mas, existe um posto da Agerba dentro do terminal, que por vezes, também é invadido por transportes clandestinos", fala.


Gilson acrescenta ainda uma surpreendente revelação. "E mais, precisam participar da operação os oficiais da PM, pois muitos motoristas de transporte clandestino são policiais, tanto civil como militares. Então, fica difícil para um soldado atuar nessa situação", afirma.

O supervisor fala ainda da dificuldade da ação. " Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, para ser considerado transporte clandestino não basta constatar a atividade suspeita das vans, é preciso flagrar a entrada dos passageiros e o pagamento da passagem", argumenta.

Uma testemunha, que preferiu ter o nome preservado, revelou que os clandestinos se comunicam por telefone e rádio e assim conseguem “escapar” das incursões dos agentes fiscalizadores. Contudo, qualquer pessoa pode acompanhar o vai e vem das vans no posto ao lado da rodoviária. Prova de que a fiscalização não está sendo bem feita.

Um outro agente da Transalvador, que estava próximo à saída para BR 324, respondendo à pergunta da reportagem afirmou que estava ali “apenas” para organizar a saída da cidade. Admitiu que ações normalmente são realizadas pela equipe da superintendência acompanhada pelos policiais, só não soube dizer o motivo da farra dos clandestinos.

Outra pessoa, consultada pela reportagem do Bocão News, disse que o transporte ilegal muitas vezes é utilizado devido à falta de opções na própria rodoviária. De fato, alguns destinos já estão com todas os bilhetes vendidos e não há previsão para novos, mesmo com os horários extras abertos.

Mesmo diante deste cenário, o indicado é que não se opte pelo transporte clandestino. Os riscos de acidentes, entre outras mazelas é grande e pode acabar com p feriadão do usuário. Além disso, os veículos que realizam transporte de passageiros irregular não oferecem o seguro.

A reportagem do Bocão News tentou entrar em contato com a assessoria de comunicação da Transalvador, mas sem sucesso

Fotos: Roberto Viana // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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