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Chuva não atrapalha visitas em cemitérios

Publicado em 02/11/2011, às 19h40   Patrícia Costa


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Apesar de já ser considerada tradicional em Dia de Finados, a chuva que caiu desde a noite de terça-feira (1º), na capital baiana, não atrapalhou a visitação de familiares aos entes falecidos. Guarda-chuvas e sombrinhas foram acessórios indispensáveis dos soteropolitanos na manhã desta quarta-feira (2).
No cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação, as homenagens tiveram início às 6h30, com missa celebrada pelo Pe. Lázaro Muniz, Capelão do Campo Santo. Às 9h, a multidão lotou a missa comandada por D. Murilo Sebastião Ramos Krieger, Arcebisbo de São Salvador da Bahia. A programação se estende até às 16h.


Chuva não afastou visitas, mas vendagem de flores foi considerada fraca pelos vendedores

Os comerciantes de floriculturas e barracas em frente aos cemitérios que vendem flores disseram que movimentação foi grande no Campo Santo, mas chuva atrapalhou um pouco as vendas. "A chuva faz parte de finados, é uma bênção. A dificuldade, no entanto, foi acender as velas com a ventania", ressalta uma vendedora, que preferiu não se identificar.

Para um vendedor de flores, que também pediu anonimato, alegando ter inventado uma desculpa no trabalho para poder "ganhar uns trocadinhos" a mais, a chuva foi bem prejudicial. “A procura (pelas flores) está fraca, muita gente não gosta de sair em dia chuvoso com este", disse.

D. Hermínia, a zeladora de covas
A aposentada Hermínia de Jesus, 60, é uma das zeladoras de covas do Campo Santo. Há nove anos, ela limpa semanalmente as lápides dos clientes. É assim que ela se refere aos mortos que estão sob os seus cuidados e é realizando esse trabalho que ela garante seu sustento.

Fã do programa Se Liga Bocão, D. Hermínia percorre o cemitério munida de balde, um pano e uma escova. Segundo ela, seu trabalho começa das 7h30 e vai até às 12h30. "É um trabalho que gosto muito de fazer", afirma ela acrescentando que antes de desempenhar a função trabalhava como congeladora de alimentos. 
Durante o bate-papo com a reportagem do Bocão News, ela fazia questão de contar para os amigos, que conquistou ao longos dos anos no cemitério, que estava dando uma entrevista para Bocão. "Ei vou sair no Bocão viu".

De acordo com D. Hermínia, ela ganha R$5 a R$10 pela limpeza das gavetas. No final do mês chega a faturar mais de um salário mínimo com os dez clientes que pagam em dia. "De extra ainda tenho uns 12 clientes por aí", disse a zeladora de covas. Conversa vai conversa vem, eis que surge uma das "patrôas" de D. Hermínia, caminhando em direção ao túmulo de um parente. "Peraí "patrôa" que eu já estou indo", avisou ela que, em seguida, deu por encerrada a entrevista.

Fotos: Gilberto Júnior/Bocão News

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