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Em enquete promovida pela ABI, 91% dizem "não" à possibilidade de armar a categoria

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Apresentador José Eduardo, do Balanço Geral Tarde, se posiconou contra a liberação do porte de armas   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 09/05/2019, às 17h34   Redação BNews


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A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de flexibilizar as regras para o porte de arma tem causado bastante polêmica. O decreto publicado ontem (8) pelo Diário Oficial da União permitirá que, segundo dados do Instituto Sou da Paz, mais de 19 milhões de brasileiros sejam considerados aptos ao porte ou posse, em função da categoria profissional.

Sem análise do Congresso Nacional, jornalistas, advogados, políticos, agentes de trânsito, caminhoneiros e até conselheiros tutelares poderão andar armados. 

Comunicadores baianos criticam a ampliação do direito, antes restrito a policiais, agentes de segurança e promotores. Órgãos que representam trabalhadores da comunicação soltaram notas de repúdio conta a ação do chefe do Executivo. A categoria teme que a medida transforme o jornalista em alvo.

Em enquete promovida pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), 91% dizem "não" à possibilidade de armar a categoria. Um deles é o apresentador José Eduardo, do Balanço Geral Tarde. “Primeiro, eu sou jornalista e acho que a minha arma, que preciso usar diariamente, é caneta papel e microfone”, destaca o fundador do site BNews.

“Não é porque somos reféns do medo que vou colocar uma arma na cintura e sair por aí, atirando sem o mínimo preparo”. Segundo ele, armar a sociedade é “loucura” e pode provocar um “efeito bomba pesada”. O jornalista aponta uma possível intensificação da criminalidade. “A violência já está aí para todo mundo ver. Agora, ele [Bolsonaro] quer colocar na mão da sociedade a defesa?”, questionou.

Maurílio Fontes, que publica suas denúncias no site Alagoinhas Hoje, afirmou que sofre ameaças explícitas e veladas, mas mesmo assim, o veterano é contra a decisão de flexibilizar as regras para o porte de arma: “Nunca cogitei andar armado, apesar de ter inimigos vorazes”, reconheceu o jornalista. “Eu sou virulento quando escrevo, mas eu não defendo a violência e jamais usarei armas. Eu coloco o jornalismo à frente”, afirmou.

Entre os 9% favoráveis ao à possibilidade de armar a categoria está o fotojornalista Luiz Hermano Abbehusen: “Hoje só bandidos andam armados, matando trabalhadores e policiais que arriscam suas vidas para nos proteger. Acho justo o cidadão andar prevenido e atento para matar, se preciso, para manter-se vivo”, defende.

A ABI promoveu uma enquete em sua página no Facebook, para saber a opinião dos profissionais ligados à atividade da imprensa. 91% dos participantes votaram “Não”, rejeitando o decreto.

Classificação Indicativa: Livre

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