A briga que permeia o cenário do transporte público em Salvador envolve agora os personagens principais. Rodoviários x Transalvador. Tudo começou no final da manhã de terça-feira (20), quando, após uma autuação feita dentro da Estação Mussurunga, um agente do órgão tomou o ROV (documento que autoriza o motorista a dirigir) de um rodoviário.
Não concordando com a postura do agente, o Sindicato dos Rodoviários fechou a estação, impedindo a entrada e saída dos ônibus e exigiu a devolução do ROV e o remanejamento do agente. Por conta disso, foi realizada, na tarde desta quarta-feira (21), uma reunião com representantes da Transalvador, Policia Militar e do Sindicato para definir a situação.
Mas, segundo nota enviada pela Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito Município (Astram),na reunião foi comprovado que não houve nenhum desvio de conduta por parte do agente de transporte, que estava apenas cumprindo o seu dever.
"O Sindicato dos Rodoviários exigiu a retirada do agente do seu posto de trabalho e ao não serem atendidos, seus representantes se retiraram da reunião. Indignado com a situação, Adenilton Júnior, presidente da ASTRAM, resumiu a reunião da seguinte forma: “O que nos surpreende é a posição do Sindicato dos Rodoviários de querer fechar a Estação da Lapa, será que eles esqueceram que o transporte coletivo é um serviço essencial para a população?”.
Mas, o problema ocorrido ontem foi só a ponta do iceberg, diante do que já vem acontecendo no relacionamento entre os dois órgãos. "Decidimos não realizar a manifestação da Lapa hoje", afirmou Hélio Machado, coordenador de comunicação do Sindicato. Segundo ele, a categoria reivindica também uma melhoria nos banheiros das estações, além da diminuição das multas aplicadas aos rodoviários.
"O dinheiro sai do bolso do motorista. Alguns deles não estão recebendo nada no fim do mês", disse Hélio que, reivindica uma redução no valor da multa aplicada. "O valor máximo da infração a ser paga é de R$ 857. Ele já baixou para R$ 427, mas nossa solicitação é de que o valor caia para R$ 213", ressalta.
O prazo para que as negociações sejam feitas será de 30 dias. "Se após este prazo nada for resolvido iremos realizar manifestações ou mesmo paralisar", conclui o coordenador. A equipe do Bocão News tentou entrar em contato com a assessoria de comunicação da Transalvador, mas não teve êxito.
Resta agora esperar o desfecho da briga - na qual quem sai perdendo mais uma vez é o passageiro. E, dentro de um mês, resta ao usuário rezar para que a paz seja selada.
Fotos: Edson Ruiz// Bocão News
