O comercial dos Correios estrelado pelo jogador de futebol de salão Falcão é investigado pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais por irregularidades.
Na propaganda, o jogador distribui autógrafos a várias crianças em uma agência dos Correios, quando uma mulher chega e pede que ele escreva seu nome na camiseta dela que será enviada por sedex a uma irmã. Depois do autógrafo, a moça retira a blusa deixando os seios à mostra. Constrangido, Falcão cobre com o busto da mulher com a jaqueta, diante do protesto das crianças.
Questionado sobre o motivo da investigação, o procurador da República Fernando de Almeida Martins, conta que a participação das crianças, além de imprópria e inconveniente, infringe a legislação brasileira, sobretudo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e até a Constituição.
Conforme Martins, a Constituição manda que se observe na publicidade o princípio do respeito peculiar da pessoa em processo de desenvolvimento. Já O CDC considera abusiva toda propaganda que há o aproveitamento da deficiência de julgamento e experiência da criança e ECA, por sua vez, contém diversos positivos para a proteção dos direitos das crianças e adolescentes, no que diz respeito à sua integridade e valores.
Preparado para críticas, o procurador esclarece que o inquérito não configura censura e explica que como a publicidade é uma atividade econômica, está sujeita a regulamentações e restrições.
Ainda segundo Martins, além de não guardar qualquer relação com a natureza dos serviços prestados pela empresa, de modo apelativo e desnecessário, a moça despe-se em frente a crianças, que, por sua vez, reagem de maneira imprópria para sua idade.
O MPF vai investigar em que canais da televisão aberta e fechada o anúncio dos Correios foi veiculado, bem como em que horários e dias foi transmitido, para então decidir sobre a responsabilização das partes envolvidas.
Assista a propaganda: