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"Salvador não tem estrutura para a demanda"

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João Henrique falou sobre os problemas e os projetos de Salvador  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 11/11/2010, às 09h16   Maiana Brito


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Em entrevista ao vivo para o programa do Bocão, na Rádio Sociedade, o prefeito João Henrique e o secretário de Serviços Públicos, Fábio Mota, falaram sobre questões polêmicas, como reforma da estação da Lapa, armamento da guarda municipal, falta de dinheiro na prefeitura e derrubada das barracas de praia.

Para João Henrique, a Lapa precisa de uma reforma total urgente, pois não comporta mais a quantidade de usuários, que é, segundo o prefeito, muito superior à do Terminal Rodoviário de Salvador. Ele afirmou ainda que já foi feita a solicitação de R$ 56 milhões, junto ao Governo, para a reforma, pois não tem como fazer este investimento. “A prefeitura tem uma herança de R$ 18 milhões em dívidas das administrações anteriores, dos últimos 20 anos".

De acordo com o secretário Fábio Mota, também no estúdio, participando da entrevista, o problema da Lapa é o vandalismo. Além de as pessoas destruírem o patrimônio público o índice de assalto é grande. Outra questão que contribui para os prejuízos é a utilização do espaço pelo transporte coletivo da Região Metropolitana. “Eles usam a estação, trazem pessoa de fora para cá e não querem atender às “leis” da cidade. Não aceitam o Salvador Card, por exemplo, não têm espaço reservado para gestantes, não querem pegar o passageiro idoso e ainda tiram os usuários do transporte local”.

Sobre o fato de que a prefeitura não tem dinheiro, o prefeito justificou que é uma questão histórica. “Temos uma população de 3 milhões de habitantes e cerca de R$ 800,00 para gastar por ano com cada morador. O problema é o êxodo rural. A cada ano chegam em média 60 mil pessoas ‘pobres’ para morar nesta cidade, que não tem estrutura para aguentar, por falta de espaço físico, e vão ocupando as encostas. Por isso os problemas com a chuva, por exemplo. Salvador é uma cidade pequena em quilômetros quadrados e tem a maior densidade demográfica concentrada do Brasil, cerca de 10 mil habitantes por quilômetros quadrados”.

O peemidebista destaca que as prefeituras no interior não têm condições de atender à demanda do município e, conseque
ntemente, mandam as pessoas para Salvador. “Aqui na Bahia, diferente do que acontece no Sul e Sudeste do país, tudo converge para Salvador”. Para o prefeito, é preciso um tratamento diferenciado para as capitais e regiões metropolitanas por parte do governo federal, já que uma grande fatia tributária vaia para a União.

Outra questão levantada pelo secretário Fábio Mota foi a Guarda Municipal, que está fazendo treinamento baseado no da Polícia Militar. “A prefeitura está tentando armar a Guarda, pois os bandidos não respeitam. Foi uma idéia do prefeito e nós estamos providenciando os trâmites legais, junto à polícia, e preparando os guardas”. Estão sendo treinados dois grupos de elite, que serão armados: o Goe (Grupo de Operações Especiais) e o Goc (Grupo de Operações com Cães). Ele e João destacaram que este era um projeto que estava há 20 anos do papel e a equipe conseguiu transformar em realidade. E o prefeito completou que, apesar de a segurança pública ser obrigação do Estado, a com a guarda municipal contribui.

Em relação às barracas de praia, um dos assuntos mais polêmicos ultimamente, João Henrique falou que está sendo estudada a questão dos ambulantes. Além disso, ele afirmou que o projeto é transformar a orla da capital baiana na mais bonita do país. Para isso, foi feito o programa Banho de Luz, os calçadões estão sendo arrumados. Mas, ainda há um problema. A prefeitura dó pode intervir no lado da praia.

Do outro, tem as antigas casas de veraneio, dos anos 50 e 60, que estão abandonadas, “enfeiam” a orla. Por ser propriedade privada, a prefeitura muitas vezes não pode fazer nada. “Se tivesse dinheiro para indenizar as pessoas ao longo dos 70 quilômetros de orla, nós faríamos. Onde vamos arranjar dinheiro para desapropriar esse trecho todo?”, colocou João Henrique. “A gente pode ter bons prédios ao longo da orla, atendendo aos critérios exigidos pela lei de proteção ao meio ambiente. Assim, pode atrair, por exemplo, bons grupos de hotéis, como o Íbero Star, preparando a capital para a Copa em 2014”.

Finalizando a entrevista, aproveitou para fazer apelo aos proprietários dos imóveis na Orla, para que cuidam das propriedades, vendam os terrenos abandonados. “Peço que pensem menos dos lucros e tenham espírito público, não só particular. Assim, teremos três lindas orlas: a do Subúrbio Ferroviário, a da Cidade Baixa e da que vai da Barra até Praias do Flamengo”.

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