O apresentador do Jornal do SBT, Carlos Nascimento, demonstrou tolerância zero. O jornalista abriu o programa de quinta-feira (19) com um editorial sobre a os dois temas que mais foram comentados em 2012: O suposto estupro no BB12 e a “Luiza no Canadá”.
Nascimento se mostrou revoltado com as emissoras concorrentes – Record e Globo – que deram espaço em demasia para os temas. O programa jornalístico da Record, o Fala Brasil , utilizou grande parte de seu programa matinal debatendo as várias faces do suposto estupro – abuso sexual – do brother Daniel com a gaúcha Monique.
Já a Globo promoveu no Jornal Hoje a estudante Luiza que ficou famosa após um comercial que todos de sua família estavam presentes “menos a Luiza que está no Canadá”.
Inevitavelmente e insistentente, a mídia - em particular a televisiva - é cada vez mais pautada pelo público. Se 'bombar' no twitter, é notícia. Se é repercutido no facebook, vira notícia. Com o gancho nas redes sociais e cada vez mais apegados a elas, os veículos de comunicação fazem do anonimato - a reportagem, e do que ninguém jamais ficaria sabendo - a repercussão nacional.
Entre aquilo que vira 'notícia brincadeira' e assunto sério - ambos válidos, cabe produzí-los e absorvê-los na medida certa. Deixando as análises sobre o jornalismo contemporâneo de lado, vale destacar o que de melhor se pode fazer na imprensa - a crítica.
Em exatos 44 segundos, Carlos Nascimento leva todos - jornalistas e público - a uma reflexão que, infelizmente, se esgota com a mesma rapidez em que é reproduzida.
Palavras de Carlos Nascimento:
“Boa noite. Olha, ou os problemas brasileiros estão todos resolvidos ou nos tornamos verdadeiros idiotas. Porque não é possível que dois assuntos tão fúteis possam chamar atenção do país inteiro. Primeiro, um programa de televisão em que se discuti um estupro, que por si só já é um absurdo, negado pelos dois protagonistas. Segundo, uma pessoa que ninguém conhece vira uma celebridade na mídia só porque o nome apareceu milhões de vezes na internet. Luiza já voltou do Canadá e nós já fomos mais inteligentes”.