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Emoção marca enterro do pequeno Joel

Publicado em 23/11/2010, às 17h22   Bocão News



O enterro do garoto Joel da Conceição Castro, 10, no final da manhã desta terça-feira (23), no cemitério do Campo Santo, na Federação, foi marcado pela comoção. O menino foi alvo de bala perdida na noite do último domingo (21), no bairro Nordeste de Amaralina.  

O momento de dor e sofrimento da família do mestre de capoeira Ninha foi transformado em protesto contra a onda de violência que toma conta de Salvador e o despreparo da Polícia Militar, acusada de ser autora do disparo que teria atingido o pequeno Joel na cabeça.

Nos cartazes improvisados em folhas de cartolina frases que revelavam a fragilidade da segurança em que vive a população baiana. Mais profissional, o Sindicato dos Servidores da Ufba aproveitou a oportunidade para explorar politicamente a tragédia. Em uma grande faixa com sua marca, a entidade estampou a frase “Queremos Justiça”.

Ao som do toque do berimbau na roda de capoeira, familiares, vizinhos, amigos da escola e do bairro, velaram e enterraram o corpo do garoto que teve interrompida drasticamente a vida. Ele era torcedor do Bahia, e por isso, o caixão foi coberto pela bandeira do time.

Após o enterro, os presentes fizeram uma passeata estendendo pelas ruas da Federação a dor e o protesto contra o crime que abalou rua Aurelino Silva, no Nordeste da Amaralina, um bairro em que, historicamente, os moradores estão acostumados a conviver com a violência diária.

A assessoria de Comunicação da Polícia Militar anunciou o afastamento das atividades externas dos policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte de Joel Castro e prometeu apuração rigorosa do caso.

A punição dos policiais suspeitos de serem autores dos disparos que feriu de morte o garoto é executar serviços administrativos até a conclusão das investigações.

Protestos, apurações, justiça, nada disso vai recuperar a vida de Joel Conceição Castro, o garoto-propaganda dói governo baiano que sonhava em ser, como o pai, mestre de capoeira para ensinar a arte da luta ao “gringos”.

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