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Terceirizados do IML com salários atrasados

Imagem Terceirizados do IML com salários atrasados
Servidores denunciam irregularidades em empresas contratadas pelo DPT  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/07/2012, às 17h31   Alessandro Isabel (@alesandroisabel)


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Trabalhadores terceirizados que prestam serviço ao Instituto Médico Legal (IML), em Salvador, denunciam atrasos de salários, acúmulo de trabalho e irregularidades que ferem a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) por parte das três empresas contratadas pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) no período dos últimos 12 meses.

Segundo informações de um contratado, que prefere não se identificar, a Help Service e Promate não cumpriram com o acordo firmado com os trabalhadores e terminaram tendo seus contratos quebrados com o governo. “Primeiro foi a Helpservice que saiu e deixou o saldo de dois meses de salários atrasados, além do ticket refeição e transportes. Logo em seguida o contrato foi rompido e colocaram o Promate que também não cumpriu com suas obrigações. Agora estamos passando fome e as empresas devem estar fazendo outras vítimas por aí, passando calote”, desabafa.

Com a quebra de contrato por parte das empresas, o DPT abriu licitação e a HD Brasil assumiu no último mês o posto. A empresa já recebe as primeiras reclamações. “Nós deveríamos ter recebido o salário do mês no último dia 5, mas até o momento não entrou nenhum valor em nossa conta. Parece que vai ser mais uma que vai nos deixar a ver navios”, ironiza.

Outra denúncia que parte dos trabalhadores é em relação ao trabalho desempenhado por eles. “Nossa função é carregar corpos de pessoas para os carros do DPT. Vamos para a rua com peritos, entramos em locais perigosos, com risco de sermos infectados e somos classificados na carteira de trabalho como auxiliar de serviços gerais. Isso é um absurdo”.

O salário de cada um dos mais de 80 terceirizados é de R$ 622,00 (um salário mínimo). Eles deveriam ter direito a vale transporte, ticket alimentação e, de acordo com a CLT, receber pelos serviços prestados aos sábados, domingos e feriados. “Onde trabalhamos não tem o ponto eletrônico, então assinamos no livro de ponto que só vai de segunda a sexta, sábados, domingos e feriados não são considerados. Trabalhamos de graça”, afirma.

Segundo informações da assessoria do DPT o governo do estado honrou com todas as suas obrigações diante das empresas Promate e Helpservice, o que deve ter ocorrido foi a falta de repasse por parte das empresas para os terceirizados. Ainda em relação a Promate, a assessoria esclareceu que o último mês não foi repassado pelo governo por falta de documentação referente aos encargos sociais que ainda não foram apresentados pela empresa. O DPT garante que o serviço de remoção de mortos permanece ocorrendo normalmente.

Enquanto a situação não é regularizada, os terceirizados lamentam o descaso. “É muito fácil abrir uma empresa, dá calote nos funcionários e depois sair como se nada tivesse acontecido. Deixando pais e mães de família passando fome. É lamentável”, concluiu.


Foto: Gilberto Júnior // Bocão News

Publicada no dia 7 de julho de 2012, às 11h03

Classificação Indicativa: Livre

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