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Projeto Axé pode fechar as portas

Imagem Projeto Axé pode fechar as portas
Há 22 anos educando crianças e adolescentes, falta de verba pode interromper atividades  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/07/2012, às 07h28   Caroline Gois Twitter (@goiscarol)


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Fundado em 1990, o Projeto Axé - localizado no bairro do Comércio, em Salvador, pode fechar as portas. Nesta terça-feira (24), o Bocão News teve acesso, com exclusividade, a um informativo assinado pelo presidente da instituição, Cesare La Rocca, no qual ele descreve a crise no Projeto.

Segundo La Rocca, "nunca o Projeto Axé esteve tão mal". De acordo com o documento, parcelas dos
convênios SEDES/ AXÉ, estariam atrasadas em até 14 meses. "Durante quatro anos, ao invés de quatro convênios, foram assinados e executados apenas dois", afirmou o presidente.
No arquivo, que consta de três páginas, Rocca informou que há na instuitição "um desastre financeiro" e que nas duas gestões do Governo Jaques Wagner (PT), "primeiro e segundo mandato, o Projeto nunca teve uma vida tranquila, sempre navegou em mar revolto, na ausência total de política pública na área social, sendo esta situação responsabilidade exclusiva da secretaria do estado de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes)".
Ainda segundo a publicação, "os atrasos continuaram, mas em medida menor". "Os técnicos do Projeto Axé dedicaram os meses de janeiro e fevereiro de 2012 à elaboração de uma proposta de contrato de gestão a ser executado pela Sedes, sempre com interfaces com os técnicos da pasta. Na reunião em que a secretaria deveria bater o martelo, o Axé foi surpreendido por uma declaração do secretário Carlos Brasileiro: por falta de recurso financeiro, o contrato de gestão deveria ser substituído por um convênio tampão de duração de seis meses, no valor mensal de R$ 170 mil".
Ainda conforme o presidente, "neste interim, o secretário autorizou o instrumento de indenização ao Projeto Axé, somente de itens de despesas; previstas no convênio encerrado em agosto de 2011 e nunca mais renovado".

"Até o presente momento foram despesas do Axé para atender 982 crianças, adolescente e jovens é de R$ 385 mil e o convênio, prevê um repasse mensal de R$ 170 mil. Diante deste descaso do poder público por aquelas crianças que ninguém quer e que são acolhidas pelo Axé".

De posse do documento, a reportagem do Bocão News entrou em contato com a assessoria da Sedes, afim de esclarecer as informações citadas acima junto à atual secretária Mara Moraes. Mas, fomos informados que na manhã desta terça-feira (24), uma reunião estava sendo realizada entre a Sedes - com a presença da secretária - e os representantes do Projeto Axé.
Em contato com o Projeto Axé, a informação foi confirmada. Tanto o Cesare Rocca quanto o coordenador geral, Helmut Shned, participam do encontro.

Foto: divulgação/ Projeto Axé
Em 15 anos de existência passaram pelo Axé cerca de 13.700 crianças e adolescentes. Atualmente o Axé assiste 1.547 crianças e jovens dos 5 aos 21 anos de idade, onde aproximadamente 40% são meninas. Através do processo educativo e artístico o Axé luta para tirar tantas jovens vidas do abuso sexual e de trabalho.
Que nesta reunião seja firmado um acordo que possibilite a continuidade das atividades, para que não se mantenha a declaração de Rocca de que, "o projeto Axé esgotou todas as possibilidades de manter-se em funcionamento".

Matéria publicada dia 23 de julho às 12h19

Classificação Indicativa: Livre

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