Geral

Trabalhador da Revita diz sofrer abusos no ambiente de trabalho

Imagem Trabalhador da Revita diz sofrer abusos no ambiente de trabalho
Izaltino diz que a empresa demitiu funcionários e que agora sobra trabalho para os que ficaram  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/10/2012, às 12h54   Terena Cardoso (Twitter: @terena_cardoso)



Na manhã desta segunda-feira (1), a reportagem do Bocão News recebeu o trabalhador Izaltino da Silva Santos, de 38 anos, que reclama do excesso de trabalho o qual ele e outros colegas vêm passando na empresa de coleta Revita.

Ele, que trabalha varrendo as ruas de Salvador, diz que sentiu um corte de 30% dos trabalhadores na empresa, o que intensificou o trabalho de quem ficou na Revita. “Nós agora trabalhamos em áreas muito maiores e cobrimos mais ruas do que antes porque demitiram muitos funcionários”, conta.

Além do excesso de trabalho, Izaltino reclama que passou a sofrer pressão dos supervisores que não admitem em hipótese alguma atrasos e faltas. “Não podemos nem ir ao médico cuidar de nossa saúde. Temos que cumprir os horários rigorosamente, mesmo depois de eles terem aumentado a demanda”, diz o trabalhador que já está há sete anos na empresa. “Desde que entrei os reajustes salariais foram muito poucos. Recebemos hoje apenas R$ 622 e trabalhamos 44h semanais. Estou desesperado”, disse em meio a lágrimas.




A falta de materiais para o trabalho também foi apontada pelo varredor. “Hoje estou sem luvas. O meu material eu guardo em um estabelecimento comercial perto de minha casa porque a Revita não nos dá opção onde guardar. Conheço gente que pede pelo amor de deus para que alguém guarde o nosso carrinho”, conta.

Em contato com a reportagem, o gerente da Revita, Angelo Castro, diz que o uso dos equipamentos de proteção individual é obrigatório e controlado pela Revita e não confirma a falta de local para o armazenamento do material de trabalho dos profissionais. “Temos 22 pontos de apoio espalhados em nossa área de atuação na cidade, para guarda de material, troca de roupa, refeição, banheiro e outros”, afirma.

Com relação ao salário, Angelo conta que os trabalhadores receberam reajuste em 2011 e 2012. “A categoria teve um reajuste de 9% em 2011 e 11% em 2012. Atualmente o salário de um varredor somado à insalubridade é de R$ 753,90 e benefícios de refeição e alimentação totalizando R$ 293,08”, revela.



Sobre o corte de 30% dos profissionais e pressão por mais trabalho, Angelo é direto: “Não há verdade em cortes de 30% e que há pressão por aumento de serviços. Todo colaborador de varrição desempenha sua jornada de trabalho normal com uma hora de descanso”, finaliza.

Izaltino, que procurou a publicação para fazer a denúncia, diz temer o seu cargo. “Eu sei que posso perder o meu emprego por dizer essas coisas e tenho medo disso. Mas alguém precisa falar. Alguém precisa dar um pontapé. Não tem porque eu estar aqui mentindo para vocês. Sou uma pessoa esclarecida e sei dos meus direitos”, pontua.

Atualmente, a Revita atende a 60% do município de Salvador.


Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp