Publicado em 22/12/2010, às 11h25 Ivana Braga
O secretário municipal da Saúde, José Saturnino Rodrigues, passou boa parte do dia desta terça-feira (20) implorando ao colega da Fazenda, Flávio Mattos, para resolver o problema do pagamento da gestão dos postos de Saúde sob a administração das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Isso porque, a presidente da entidade, Maria Rita, teria dado um ultimato: ou recebe o pagamento pela prestação de serviço, ou entrega os postos.
Há mais de sete meses a prefeitura não paga a Osid, responsável pela gestão das unidades do Marback (Imbuí) e Pernambués. A dívida da prefeitura com a entidade chega perto de R$ 10 milhões.
Para não deixar a população sem o atendimento, a Osid tem recorrido a empréstimos bancários. Somente com juros, a instituição já acumula cerca de R$ 1 milhão. A situação, segundo a Osid, está insustentável.
Ao todo, a prefeitura deve cerca de R$ 40 milhões às terceirizadas da saúde. São quatro instituições, que respondem por 46% dos atendimentos ambulatoriais da cidade. Os postos de saúde são: o 5º Centro, o 12º, no São Marcos, e 16º, em Pau Miúdo. Se a instituição cumprir o prometido e suspender o atendimento, o já caótico sistema municipal se afundará numa crise sem tamanho.
Apesar das afirmações oficiais de empenho, a reportagem do Bocão News apurou que os 15% da arrecadação obrigatórios que deveriam estar sendo direcionados para a saúde não chegam ao seu destino, o que fere a lei.
Os postos de saúde de Salvador estão sem os serviços básicos de limpeza e segurança, fato já denunciado pela reportagem do Bocão News. Terceirizados, os funcionários das empresas estão sem receber salários há mais de três meses. A alegação é que a a prefeitura não tem repassado recursos para as empresas, por isso não estão com os salários em dia.
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