Publicado em 05/12/2012, às 20h20 Alessandro Isabel (twitter: @alesandroisabel)
A ViaBahia Concessionária de Rodovias S/A, empresa que administra praças de pedágios nas BRs 324 e 116, anunciou reajustes nas tarifas, que passa a vigorar na próxima sexta-feira (07).
Segundo a empresa o aumento atende a resolução nº 3941, do último dia 28, e foi publicado no Diário Oficial da União, na sexta-feira (30). Ainda segundo a ViaBahia o reajuste tem por finalidade gerar recursos para a realização de obras necessárias para a melhoria e conservação das rodovias.
A justificativa da concessionária não convenceu o deputado estadual Bruno Reis (PRP), vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, nem tampouco o deputado estadual e presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieria Lima.
Para Bruno Reis a concessionária não vem cumprindo com o cronograma de obras e não tem respaldo para cobrar tarifas maiores das que já são práticas para o consumidor. "Acho esse aumento um escárnio para com os baianos. A BR-324 continua em condições péssimas de trafegabilidade para uma rodovia que foi privatizada, e a ViaBahia continua sem cumprir com suas obrigações. O pior de tudo é que o governo do estado silencia e não cobra da União providências duras contra a Via Bahia, que só ficou com o bônus da privatização. Nós da oposição já fizemos até audiência com os representantes da concessionária para cobrar a melhoria nos serviços prestados, mas de nada adiantou".
Segundo o parlamentar, a bancada de oposição vai entrar com representação judicial para barrar a ação da concessionária. "Nós vamos à Justiça e ao Ministério Público para tentar derrubar esse aumento. Ele é abusivo na medida em que a ViaBahia não cumpre sua parte na concessão e não melhora as condições de trafegabilidade nas BRs, sobretudo a que liga Salvador a Feira de Santana".
A mesmo opinião é compactuada pelo deputado Lúcio Vieria Lima. “Sou totalmente contra, principalmente da forma como ela é feita, no final de ano, às vésperas de feriados e sem ter nenhuma consulta”.
Lúcio também coloca no colo do governador Jaques Wagner a culpa pelos reajustes. “Sabemos que as estradas são federais, mas o governo sério tem o poder de dialogar e intervir nesse tipo de situação. De nada vale ficarmos aqui reclamando, se quem tem o poder de mudar tudo isso não se manifesta, fica omisso. Desde sempre as concessionárias tem o habito de cobrar do consumidor para depois fazer alguma coisa. É o mesmo que fritar o porco usando a própria banha. Qual a contrapartida do consumidor?”, questiona.
O presidente peemedebista baiano ainda utilizou os exemplos da TWB e Azaleia para comparar com a ViaBahia. “Depois que tudo acontece é que ficamos sabendo das coisas. Todas as ações devem ser acompanhadas para depois não acontecer o que aconteceu com a TWB que deixou o ferry naquela situação, e com a Azaleia que deixa milhares de desempregados. Vamos ver enquanto está errado e estamos observando que as obras estão atrasadas e eles ainda tem a audácia de cobrar para o consumidor”, concluiu.
Os parlamentares engrossaram o caldo de deputados que se posicionam de forma contrária ao aumento. Zé Neto (PT) e Álvaro Gomes (PCdoB) já tinham se pronunciado sobre a ação da concessionária que ganhou a concessão para administrar por 25 anos o trecho de 680 quilômetros localizado entre as rodovias BR 116 e BR 324 e BA 526 e BA 528.
Em dezembro do ano passado a ViaBahia tinha anunciado o aumento, mas uma decisão da 1ª Vara da Justiça Federal da cidade de Feira de Santana, por meio de uma liminar judicial determinou o fim do reajuste que foi acatado pela empresa.
Aumento:
Na BR-324, o valor para automóvel, caminhonete e furgão passou de R$ 1,70 para R$ 1,80. No caso de caminhão leve, ônibus, caminhão-trator e furgão com rodagem dupla, a tarifa mudou de R$ 3,50 para R$ 3,60. Não houve mudança somente na tarifa cobrada para motocicletas, motonetas e bicicletas moto, que continua por R$ 0,90.
Na BR-116, a tarifa para motocicletas, motonetas e bicicletas moto sofrerá alteração de R$ 1,50 para R$ 1,60. O valor para caminhão, caminhão-trator, caminhão trator com semi-reboque e ônibus passou de R$ 9,10 para R$ 9,40. No caso de automóvel, caminhonete e furgão, a cobrança deixou de ser R$ 3 e mudará para R$ 3,10.
Matéria originalmente publicada às 12h04 do dia 05/12.
