A Câmara Municipal confirmou o recebimento de uma planilha de custos enviada pela prefeitura de Salvador informando que os empresários de transportes de passageiros solicitaram reajuste de R$ 0,40 na tarifa de ônibus. O que elevaria o valor da passagem para R$ 2,70. Entretanto, no mesmo documento, o Poder Executivo sustenta que vai autorizar aumento de R$ 0,20. Nesses termos, a tarifa cobrada na capital baiana será de R$ 2,50 a partir de 1º de janeiro de 2011.
A mensagem da prefeitura foi enviada na noite desta segunda (27) ao presidente da Câmara, Alan Sanches (PMDB), que, de pronto, encaminhou o texto à Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais sem que ela passasse pelo crivo da Diretoria Legislativa.
Na verdade, o reajuste pode ser efetivado sem a anuência dos vereadores. De acordo com a Lei Orgânica do Município, como se trata de um decreto, a prefeitura precisa apenas informar com antecedência ao Legislativo, que, neste caso, não tem nenhum poder de veto.
Compromisso social da Setin - O vereador Orlando Palhinha (PSB), membro da Comissão de Transportes, afirmou que ainda não teve acesso à planilha. Mas, prevê, com certa revolta, o impacto no bolso dos cidadãos. “Reajuste? R$ 2,70?! Como a população vai pagar essa conta? O projeto devia ser discutido com mais cuidado. A Câmara está em recesso. Esse não é o momento oportuno para fazer esse debate”, observa.
O tucano Paulo Câmara (foto) também vê com ressalvas a possibilidade de majoração no valor da tarifa. “Temos que ver a planilha, mas, sem dúvida, todo aumento é sempre danoso”.
Procurado pela reportagem do Bocão News, o secretário de Transportes e Infraestrutura (Setin), Euvaldo Jorge, não foi encontrado para tratar do assunto. Em nota, ele afirma que o reajuste foi calculado com base no índice de reposição das perdas das empresas de ônibus em 2010.
O secretário ainda tem a desfaçatez de ressaltar o compromisso social da Setin e diz que o "realinhamento autorizado nas tarifas foi menor do que o aumento da cesta básica (8,7%) e do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) até novembro (10,27%)".
Fotos: Edson Ruiz/Bocão News
