Conhecida como a maior festa popular da Bahia depois do carnaval, a Lavagem do Bonfim poderá sofrer significativas alterações a partir deste ano. Amanhã (08), Ambientalistas e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) ajuizarão uma ação no Plantão Judiciário para tentar o que não conseguiram no ano passado: impedir o desfile de jegues, cavalos e demais quadrúpedes em uma das festas mais tradicionais do Estado.
As ONGs Terra Verde Viva, Célula Mãe e Animal Viva, junto com a comissão de direitos dos animais na OAB, afirmam que, na festa, os bichossão submetidos a grabde estresse, esforço físico desmedido, sons estridentes, açoites e temperatura escaldante.
A ação cautelar, baseada na Lei 9.605 (Crimes Ambientais), incide no processo aberto pelo processo aberto pela ação civil pública impetrada da outra vez e que tem como réus a prefeitura e a Empresa de Turismo S/A (Saltur).
Em 2010, a Justiça preferiu ficar em cima da cerca. O então juiz substituto da 8ª Vara da Fazenda Pública Mário Albiani Júnior acatou apenas parcialmente a ação. Para liminar, concedida na véspera da Lavagem, a presença dos animais foi liberada de a prefeitura fiscalizar e punir as situações de maus-tratos.
Este ano, porém, os ambientalistas carregam um trunfo. O documentário Animais na Terra da Felicidade, produzido a partir de filmagens da festa do ano passado, foi anexado ao processo junto com fotografias. A intenção é provar que não há qualquer fiscalização e que os animais são mesmo submetidos a mau-tratos.
A Saltur, responsável pelo planejamento do evento, quer se responsabilizar apenas pelas entidades inscritas oficialmente. De acordo com o presidente, Claudio Tinoco, os maus tratos devem ser fiscalizados por órgãos de meio ambiente ou zoonoses, pois seria difícil controlar tudo.
Com infromações do Correio