Trabalhadores das lanchonetes do Estádio de Pituaçu e outros associados a movimentos de classe de ambulantes na capital baiana pretendem se reunir nas vias de acesso à Arena Fonte Nova neste domingo (7) para fazer um protesto antes do Ba-Vi inaugural do novo estádio. As categorias organizam um protesto devido a novas medidas que serão tomadas em relação aos vendedores dentro e fora do estádio agora que a arena está ativa.De acordo com as lideranças, os trabalhadores de dentro do estádio de Pituaçu eram ambulantes que, cadastrados pela Sudesb, eram autorizados a atuar nas lanchonetes e atravessando as arquibancadas vendendo lanches e bebidas. Isto, porém, não será autorizado na Arena Fonte Nova, que terá uma concessão a uma rede de fast food para atuar do portão para dentro. Já do lado de fora, a prefeitura promete fazer um novo modelo de ordenamento que desde já não agrada a quem sempre vendeu livremente no entorno do estádio.
De acordo com o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), foi prometido aos ambulantes que haveria aproveitamento dos trabalhadores de Pituaçu na Fonte Nova, mas ele acredita que o número não absorverá o contingente total. “São 180 trabalhadores. Não vão empregar todos. Vejo isso como uma espécie de ‘calaboca’”, argumenta. Ele promete estar ao lado dos ambuantes caso o protesto aconteça realmente. A secretária municipal de Ordem pública, Rosemma Maluf, confirmou que haverá uma capacitação por parte dos empresários da arena para os funcionários internos das lanchonetes, mas não soube precisar o número.
Haverá, por parte da prefeitura, também uma série de mudanças na relação do poder público, espaço do estádio e os ambulantes já a partir do domingo. De acordo com Rosemma, em todas as vias de acesso à arena não será permitida a permanência de nenhum ambulante para que a área seja totalmente liberada para os torcedores. Haverá, porém, duas áreas totalmente liberadas.
“Ao longo do lado direito da pista do Dique do Tororó, após a descida da escadaria do jardim Baiano, os ambulantes poderão ocupar livremente. E toda a avenida Joana Angélica também ficará livre”, listou. Segundo ela, os ambulantes deverão aprender uma nova relação do trabalho com o poder e a exploração do espaço e a falta de ordenamento dos últimos anos não tornará a se repetir. Entretanto, considera qualquer possível manifestação um “direito legítimo” desde que não atrapalhe o acesso da torcida.
Apesar disto, ela reconhece que a ação programada para o domingo pode sofrer alterações em virtude do Ba-Vi ser o primeiro jogo da nova arena. A secretária argumenta que este período corresponde a um teste para a organização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo e que a tônica geral tem de ser focada na segurança, ordenamento e o benefício da coletividade.
Nota originalmente postada às 14h do dia 3
