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Movimentos de luta pela terra invadem Chesf e Codevasf

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Protesto pela reforma agrária e contra descaso dos efeitos da seca   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 29/04/2013, às 15h50   Redação Bocão News (Twitter @bocaonews)


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Membros de movimentos de luta pela terra ocuparam na madrugada desta segunda-feira (29), a Usina Funil, que pertence à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), localizada em Ubaitaba, no sul baiano, e a sede regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), em Bom Jesus da Lapa. Uma nova manifestação acontece na tarde desta segunda-feira (29), na BR-407, em Ponto Novo, com 600 camponeses.

As ocupações fazem parte do protesto contra o processo de estagnação da reforma agrária no Brasil e para denunciar o descaso dos poderes públicos baianos e nacionais em relação aos efeitos da seca. A ação foi intermediada pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT).

Os protestos dos movimentos sociais acontecem em quatro regiões da Bahia: Ubaitaba, Bom Jesus da Lapa, Senhor do Bonfim, Ponto Novo e Cícero Dantas. Lá foram ocupadas também as BR’s 110 e 116. A primeira liga os municípios de Ribeira do Pombal e Cícero Dantas, e a segunda as cidades de Tucano e Euclides da Cunha.

De acordo com o parlamentar, as negociações devem acontecer sem maiores problemas. “Vamos acompanhar as ações no interior e avançar na política de reforma agrária, ‘que sofre duros golpes com a edição de portarias e instruções normativas que sepultam qualquer promessa de distribuição de terras aos trabalhadores rurais no Brasil’”.

O Movimento Ceta, que organiza a manifestação, quer que a reforma agrária seja tratada como elemento estratégico de um projeto de desenvolvimento econômico e social para o campo brasileiro. “Nosso país não pode pensar seu desenvolvimento apenas pela ótica do agronegócio. Na Bahia, dos R$ 63 bilhões de investimentos públicos e privados previstos para ocorrer entre 2013 e 2015, 65% do total estão alocados nos setores de energia, mineração e papel-celulose”, afirma em nota.

De acordo com a membro da comissão de negociação, Nólia Oliveira, a estiagem na Bahia já dizimou quase todo o rebanho. “Fora isso, lutamos também contra a desmontagem da reforma agrária, que recentemente foi equiparada à medida do Programa Brasil sem Miséria. Contestamos ainda a aposta governamental no desenvolvimento excludente baseado na exploração mineral, no agronegócio, na monocultura de eucaliptos, em grandes obras de infraestrutura para exportação de matérias-primas, estádios de futebol e, por fim, a fragilidade do apoio à produção de alimentos da agricultura familiar e reforma agrária”.

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