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Florisvaldo Mattos, o Catega

Publicado em 16/02/2011, às 19h28   José Bomfim



* José Bomfim

Depois de uma década como uma verdadeira “rainha da Inglaterra”, sem interferir decisivamente em nada, Florisvaldo Mattos cansou-se e pediu pra sair. Tardou, tardou muito, mas afinal Flori resolveu resgatar sua biografia de profissional decente e incentivador de tantos e tantos jornalistas.
Mas para isso foi preciso uma grave crise em A Tarde para o denominado redator-chefe pedir o boné. Ao longo da década do faz-de-conta, Catega (como ele nos chamava e como nós devolvíamos o diminutivo de categoria a ele) viu chegar neófitos em jornalismo para mandar e desautorizar sua autoridade de redator-chefe; viu jornalistas da série C do Rio de Janeiro desmoralizar seus argumentos; e viu, principalmente, o esforço que a diretoria da empresa faz para destruir o jornal, considerado uma instituição da Bahia.
Agora, Catega – com seu talento nas letras – deveria refletir, juntar as lembranças aos rascunhos que como bom jornalista fez nesse tempo todo, e escrever um livro. Seria ótimo para todas as gerações que vêem o jornalismo como um dos principais pilares da democracia.
Ânimo, Catega!
Seu pedido de demissão e a mobilização da Redação foram o que de melhor aconteceram nesse triste episódio de A Tarde.
Veja o comunicado pessoal de Florisvaldo enviado à Redação de A Tarde:
“Informo aos prezados colegas que, em encontro cordial com os membros da Direção Executiva, apresentei a minha demissão do cargo de editor-chefe e o meu desligamento dos quadros da Empresa A TARDE, de forma inteiramente livre e espontânea. Agradeço a todos os integrantes desta Redação todas as atenções e gestos de bondade, afeto, carinho e respeito de que sempre fui alvo. Levo grandes lições de amizade e brio. Abraços.”

Florisvaldo Mattos

SSA/BA, 10.02.2011

Aproveitando um texto do jornalista Daniel Pinto, algumas informações sobre o Catega:
“O escritor, poeta, jornalista e “imortal” Floriosvaldo Mattos completou ontem (17 de julho de 2008) 50 anos de carreira. Em 17 de julho de 1958, ele entrava pela primeira vez numa redação como profissional. A estréia aconteceu no emblemático Jornal da Bahia, que tinha uma equipe de jovens promissores: Floriosvaldo Mattos, Glauber Rocha, Paulo Gil Soares e João Carlos Teixeira Gomes. Além de formar gerações como professor da UFBa até 1994, quando se aposentou, Mattos ocupa a cadeira 31 na Academia de Letras da Bahia e teve como patrono o jornalista Ernesto Simões”.

* José Bomfim é um dos jornalistas mais experientes da Bahia, com passagens nos maiores veículos do estado, inclusive o A Tarde

Classificação Indicativa: Livre

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