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Carnaval sem cordas: empresários não apoiam “boa ideia” de Tomate

Imagem Carnaval sem cordas: empresários não apoiam “boa ideia” de Tomate
Dono da Cheiro de Amor ressalta que cantor deveria "dar o exemplo"  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 21/06/2013, às 10h04   Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)


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Surfando nas ondas de protestos que acontecem em todo o Brasil, o cantor Tomate apoiou a ideia de um seguidor dele no Twitter, que sugeriu a democratização do Carnaval. Extinguir a marca da privatização do Carnaval de Salvador, as cordas, que começaram a ir ao chão nas últimas edições da folia. Em conversa com o Bocão News, alguns empresários do axé foram de encontro a proposta do Carnaval sem-corda.

Um dos sócios do bloco As Muquiranas, e empresário do Salvador Produções, Washington Paganelli, disse que é a favor do fim das cordas na festa momesca se for extinto o cachê dos artistas. "Eu não concordo desde que os artistas não cobrem cachê. Quem paga o cachê deles é quem está na corda. Se os blocos saírem sem corda, os artistas vão para outras cidades", colocou. Paganelli ressaltou ainda que pode mudar de discurso desde que o poder público tenha condições de pagar todas as atrações.

Já o ex-empresário do cantor Tomate, Wilson Kraychete, prefere não apostar na radicalização. "Poderia ser misto. Alternava, um dia com corda e outro sem. Seria uma possível solução, o artista poderia um dia no Carnaval tocar para o povo. O governo e a prefeitura poderiam também bancar através da rede privada, decorar o trio, por exemplo".

O empresário do grupo Axé Mix, Léo Góes, um dos responsáveis pelo show de Beyoncé e Ivete Sangalo, em Salvador, vai mais além e salienta que o Carnaval é "democrático". "Todo mundo brinca. Qualquer pessoa pode acompanhar qualquer artista. Carnaval é uma festa cara. Para o empresário é um risco", pontuou e exemplificou com a greve da Polícia Militar que antecedeu uma das edições. "Carnaval é um risco. Colocar artistas nas ruas é caro. O empresário vive na variável, mas para o artista é cômodo. E será que o governo teria marketing para pagar tudo isso?", questiona.

O empresário da banda Cheiro de Amor, Windson Silva, acha uma boa proposta e ressalta que Tomate deveria "dar o exemplo", abrindo mão das cordas dos blocos que comanda no Carnaval e "bancar". Ainda de acordo com o empresário, os movimentos que acontecem no Brasil é para melhoria na saúde, educação. "O governo e a prefeitura não têm condições de bancar Carnaval sem cordas. Porque depois da festa, a população cobra do governo investimentos nessas áreas", pontua e desdenha: "eu queria sair no Carnaval com o governo bancando toda minha estrutura".


Nota originalmente postada às 15h do dia 20

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