Geral

Moradores lutam contra a barraca do Lôro

Imagem Moradores lutam contra a barraca do Lôro
Barraqueiro arrendou duas casas para abrir um restaurante em Praia do Flamengo  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/02/2011, às 12h19   Maiana Brito


FacebookTwitterWhatsApp

Fotos Edson Ruiz | Bocão News
Contentes com o fim das barracas de praia no bairro, os moradores de Praia do Flamengo consideram que estão com o sossego ameaçado. Aloísio Melho Filho, mais conhecido como Lôro, arrendou duas casas à beira  mar para construir um bar e restaurante. Para as pessoas, é sinônimo de confusão, pois além do trânsito infernal nos finais de semana e da falta de estacionamento, terão de conviver com a falta de segurança, devido à grande movimentação, e o fedor de gordura que exala dos exaustores da cozinha.
Segundo a população, que chamou o empresário para conversar, ele pretende oferecer serviços também na areia da praia. “Ele disse que vai ser um atendimento diferenciado. Inclusive, até já abriu uma passagem do empreendimento para a areia e vai oferecer, segundo ele mesmo disse, sombreiro, cadeiras, bebida e comida. Quer dizer, vai ser uma barraca”, relatou Lívia Mascarenhas. 

Lôro disse que não sabe se vai “entrar pela areia”, pois lá já está cheio de ambulantes. “Tudo indica que vamos ficar aqui por cima mesmo”. Além disso, o empresário disse que não entende arazão de tanta polêmica, se tem o respaldo legal.  Ele afirmou que a obra de ampliação e reforma foi retomada e que a conclusão deve ser dentro de 20 dias. 
De acordo com Lívia, eles já solicitaram audiência com o superintendente de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município, Cláudio Silva, mas não foram atendidos e já fizeram diversas denúncias ao órgão, que nunca foram apuradas.

Também entraram com uma ação na Justiça contra o empreendimento, cuja obra foi embargada por força de uma liminar em 17 de dezembro último. 
Lôro entrou com instrumento de agravo e a juíza Deise Lago suspendeu a liminar. No dia 4 de janeiro, ele conseguiu a licença para a reforma, depois o Termo de Viabilidade de Localização (TVL) e, em seguida, o alvará de funcionamento, assinados por Cláudio Silva. Os documentos, que antes não existiam, foram anexados ao processo.

A reportagem do Bocão News tentou falar com o superintendentedaSucom sem sucesso. Noentanto, a assessoria de imprensa do órgão informou que a concessão foidada, pois trata-se de uma área mista, que pode ser ocupada tanto por residências quanto por restaurantes.

De acordo com boatos que circulam entre os moradores, a facilidade encontrada pelo barraqueiro é decorrente de sua mulher ser irmã do ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy. A justificativa da Sucom é que não se trata de uma barraca, mas de um bar e restaurante como tantos outros na região. 

Segundo os moradores, os dois únicos órgãos que atenderam à solicitação foram o Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), que confirmou a falta de condições de realização da obra, e o IMA (Instituto do Meio Ambiente), por que uma parte da área verde teria sido desmatada, onde foi feita a passagem para a praia.

Fato negado pelo barraqueiro, que disse priorizar a sustentabilidade, com a coleta seletiva e o reaproveitamento da água. “O que fizemos foi a limpeza de alguns cactos”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp